quinta-feira, 5 de maio de 2011

ECONOMIA AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE


Michel Muller*

Tiago Cagliari*

Vania Alves Daniel*

Acadêmicos do Curso de Ciências Biológicas

Disciplina Biologia Econômica e Sanitária

O crescimento econômico mundial nos últimos 50 anos teve como principal objetivo promover o bem-estar das pessoas. Mas, além de não mostrar melhora social para estes indivíduos, causou grandes impactos ambientais. Da relação de dois fatores: sociedade e meio ambiente, surgiu a Economia Ambiental.

A Economia Ambiental é uma área dentro da Ciência Econômica, que relaciona o crescimento econômico ás questões do meio ambiente, ou seja, economia com sustentabilidade. Essa nova ciência contempla na sua construção entre outros elementos, a compreensão da evolução do papel do meio ambiente dentro das teorias econômicas, visando a sustentabilidade como requisito para o desenvolvimento e buscando soluções para melhorar as condições de vida das pessoas.

Os recursos naturais sempre foram motivo de discussões quando se trata de atividades produtivas. Mas com a primeira revolução industrial, os recursos naturais ficaram em segundo plano e a expansão capitalista fez-se esquecer que tais recursos são finitos.

Com a tecnologia em crescimento, na mudança do século XIX para o XX, buscou-se adicionar nas atividades industriais, economia e fatores não-econômicos, como produção e utilização de fontes de energia, mas não houve sucesso. A produção e a escassez de fontes de energia demorou a ganhar espaço nas teorias econômicas, o que favoreceu justificativamente os problemas ambientais do século XX.

Economia Ambiental Neoclássica, Ecomarxismo e Economia Ecológica são as três teorias majoritárias abordadas pela Economia Ambiental.

A Economia Ambiental Neoclássica criou o economicismo, com o objetivo de corrigir as distorções energéticas, ambientais e sociais causadas pelo rápido crescimento econômico. Mas os recursos naturais não são de principal importância para os neoclássicos e assim como conseqüência o meio ambiente se tornou externalidade dentro da economia. A análise dos impactos ambientais causados por essa externalidade foi originalmente analisada por PIGOU, bem como os efeitos que o meio ambiente proporciona na qualidade de vida das pessoas, identificando as falhas do mercado e através da visão neoclássica corrigi-las. Para essa correção é usada a taxa pigouveana que analisa unicamente a necessidade de valorização dos recursos naturais na economia. Ao analisar a teoria neoclássica, conclui-se que, a medida em que os recursos vão se extinguindo, seu preço aumenta, a demanda diminui, ou seja, à medida que a renda aumenta pelo crescimento econômico, aumenta-se também a degradação ambiental. Dentro da Economia Ambiental Neoclássica, existe também o princípio do poluidor-pagador, valorizando a externalidade ambiental, mantendo as reservas de recursos naturais e preservando os ecossistemas. Enfim, podemos dizer que a abordagem neoclássica não dá conta do desenvolvimento sustentável, já que não considera os efeitos do desgaste ambiental.

O Ecomarxismo se caracteriza por ser materialista, conduz o conhecimento e as transformações que relacionam o homem e a natureza. Este ramo da Economia Ambiental trata do modo de produção capitalista o processo de deteorização do meio ambiente. Os capitalistas não incorporam em seus custos o valor dos recursos naturais, tratando-os como inesgotáveis e na busca incessante por lucro acabam apropriando a natureza, prejudicando-a e favorecendo somente os “proprietários”. Como ainda não existem modelos de desenvolvimento que coloquem como prioridade à problemática ambiental, essa teoria também não satisfaz as necessidades do meio ambiente.

A preocupação ambiental trouxe na década de 1970 um novo termo, ecodesenvolvimento, que criticava a visão econômica e o desenvolvimento que resultaram no agravamento das condições ambientais. A partir de então, surgiu a Economia Ecológica, semeada por Nicolas Georgescu-Roegen, que objetivava criticar a ideia de problema ambiental como externalidade. Com enfoque ecológico, essa vertente da Economia reconhece a impossibilidade de resumir a problemática ambiental e a necessidade de considerar e promover o meio ambiente. A Economia Ecológica na prática visa o Desenvolvimento Sustentável, que pressupõe a relação entre os fatores econômicos e/ou ambientais juntamente com as outras áreas de estudo. Esse Desenvolvimento Sustentável tem como objetivo a melhora do bem-estar das pessoas, preservando o meio ambiente e busca um novo modelo de reorganização social e produtiva, garantindo um planeta sustentável para as gerações futuras.

Analisando a grade curricular do curso de Economia de uma Universidade Particular, foi visto que não existe uma disciplina que aborde os temas relacionados ao Meio Ambiente. Nós graduandos do curso de Ciências Biológicas fomos conversar com um acadêmico e um professor do curso de Economia a fim de compreender como essa abordagem está sendo trabalhada. O assunto questionado foi à importância de ser abordado como disciplina um cunho Ambiental/Ecológico em pelo menos uma disciplina da grade curricular do curso. Para o graduando do 3º período de Economia, trabalhar as questões Ambientais como disciplina seria interessante, porém segundo ele essas questões são ainda efêmeras quando se trata do curso Ciências Econômicas. Já em um breve bate-papo com um Professor, ele diz que apesar de não haver uma disciplina que aborde as questões Ambientais, existem disciplinas como por exemplo: Formação Econômica do Brasil e Economia Brasileira, que abordam de forma sucinta temas relacionados ao Meio Ambiente. O que se percebe em relação à economia e meio ambiente é que muitas áreas não se detêm ao valor da natureza para todas as formas de lucros e benefícios humanos. Os profissionais não se sensibilizam para trabalhar em parceria com o meio ambiente, para muitos quando os recursos naturais se esgotarem novas formas de se lucrar vão surgir na sociedade e estes recursos passam a ser considerados como números num momento em que contribuíram no crescimento mundial.

A Economia Ambiental ainda está em desenvolvimento, aos poucos novas formas de se lucrar sem destruir o meio ambiente são abordadas na sociedade, e adotadas por muitas empresas. A busca pela sustentabilidade é o rumo que os países estão tomando, mas o que não se percebe é que medidas simples e básicas para que isso ocorra podem ser tomadas no nosso cotidiano, como separar o lixo e depositar o mesmo para um destino correto, nada adianta separar e depositar para o transporte juntamente com o lixo orgânico, evitar o uso de sacolas plásticas, adotarmos medidas no uso da energia de forma mais consciente, abandonar um pouco o uso do carro. Atitudes simples e de fácil inclusão na vida de todos podem aos poucos mudar o destino de toda uma nação.

Esse ensaio foi baseado no artigo cientifico: SANTOS, R.B. Relações entre meio ambiente e ciência econômica: reflexões sobre economia ambiental e a sustentabilidade. Disponível em: <http://www.fae.edu/publicacoes/pdf/IIseminario/pdf_reflexoes/reflexoes_23.pdf>.


Sugestão de vídeos:

ECOECONOMIA PARTE 1 - Vídeo com um ecoeconomista, este que aborda uma visão diferente das relações econômicas com natureza. É preciso reconhecer segundo o economista que o sistema econômico é um subconjunto com a natureza. A natureza ainda determina o lucro e se este lucro pode ser considerado com ganho para ambos os lados, homem e meio ambiente.

http://www.youtube.com/watch?v=_ucrmpqy_g0



ECOECONOMIA PARTE 2 - Para ecoeconomista, quem está preocupado com a preservação ambiental, quais as principais causas do descaso das pessoas para com o meio ambiente.

http://www.youtube.com/watch?v=Im2eMwlwBOY&feature=related



ECOECONOMIA PARTE 3- Como os economistas vêm o meio ambiente e a população. Alternativas para obter energia e lucro sem causar grandes impactos no meio ambiente.

http://www.youtube.com/watch?v=rr83UR7qYZw&feature=related


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ECOECONONIA PARTE 4 – Principais mudanças de hábitos segundo ecoeconomista para a população diminuir os impactos ambientais. Mudanças simples e básicas, porém de grande eficácia.

http://www.youtube.com/watch?v=Ny55JQBWtbw&feature=related