sábado, 17 de novembro de 2012

Razão e emoção, em busca de um posicionamento ético pelo bem estar animal



Série ensaios: Ecologia Urbana

Por Gabriela Caroline B. de Almeida, Iara Rocha Franco, Jaqueline Ap. Da Cruz

Acadêmicas do Curso de Ciências Biológicas

A utilização de animais em experimentos, tanto para a medicina quanto na indústria farmacêutica, é um tema bastante debatido tendo seus prós e contras, pois os animais são seres vivos, como nós, e também merecem respeito. Um exemplo disso é o tráfico de animais, sendo terceiro crime no mundo com maior desenvolvimento! Existem várias ONGs que tentam barrar o uso de animais em experiências, mas aí podemos questionar: quem vai querer “emprestar” seu filho, para ser cobaia em experiências? E este correndo o risco de ter uma deformação física, mental, ou ainda ir a óbito.  Mas se colocando no lugar dos animais, eles merecem, servir de amostra e em seguida ser sacrificado? Isso também não é vida? Aí entra o bem estar animal, que é a qualidade de vida do animal, a valorização dos seus sentimentos, e este só teve uma ênfase nos últimos anos, e desde então gera vários questionamentos. Segundo Guimarães (2007), o bem estar animal está constituído ao posicionamento ético, que busca uma solução coerente entre a emoção e a razão, pois o conflito entre defender o nosso ponto de vista e nossas opiniões são tendências de nós, seres humanos, por mais intelectuais que sejamos. O autor coloca seu ponto de vista de uma forma bastante sucinta,em que o ser humano é colocado como realmente é, ou seja um ser egoísta, que só pensa, no conforto, na beleza, e que infelizmente é da natureza.
Uma pesquisa realizada em 2007, por uma revista semanal norte-americana, mostra a percepção do crescimento do direito dos animais, tanto em profissionais da área animal como da população de forma geral. Dos entrevistados, 67% afirmam que, assim como o ser humano, o animal deveria ter direito de ser livre de sofrimento, 58% consideravam errado a utilização de peles ou caçar animais e 97% afirmam que os animais sofredores de abuso cruel devem ser protegidos (COSTA, 2011).A determinação da Constituição Federal de 1988, diz que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”, tornando o ganho de um grande impulso para o Brasil. “Proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade”, também está na Constituição Federal de 1988, e é dever do Poder Público a efetivação deste ponto, porém reconhecemos a falta de serenidade na forma de punição dos infratores, por continuarem deixando  os animais desamparados, relativamente.
Educacionalmente falando, até que ponto conhecer um animal selvagem, como um leão desprovido de qualquer característica comportamental e expressados sinais de estresse é útil? Assim como é condenável à pesca esportiva, sendo que muitos dizem que “sempre foi assim” e que é uma tradição humanística. Sim, quando utilizada a caça para a alimentação é sim algo que sempre aconteceu e está na cultura dos homens, já o outro modo, será que seria justo com o animal ferir sua boca, tirar uma foto, colocá-lo em estresse apenas para “apreciar sua beleza”  e devolve-lo à água. Muitos acham isso algo normal, assim como em tempos remotos achavam normal os maus tratos aos escravos ou aos afrodescentendes quando eram colocados em navios para serem vendidos e trabalharem até a morte. Partindo desse ponto, devemos pensar que os pensamentos dos atos humanos estão em evolução, assim como o pensamento aos atos animais e ao bem estar animal devem estar – em evolução. Enquanto educadores ambientais acreditamos que nós, seres humanos, queremos defender as nossas opiniões, e nesse embate de vários pontos de vistas, muitos procuram manter um posicionamento ético, entre a razão e os sentimentos, e é aí que temos as consequências. E como disse uma autora chamada Gabriela Toledo "Não há crueldade pior que pensar e acreditar que os animais existem para servir ao Homem." Infelizmente é isso que acontece na maioria das vezes, mas Charles Darwin complementa: "Não há diferenças fundamentais entre o homem e os animais nas suas faculdades mentais..os animais, como os homens, demonstram sentir prazer, dor, felicidade e sofrimento." Até onde, nós chegaremos fazendo dos animais objetos, em que simplesmente usamos e os descartamos?

Este ensaio foi elaborado para disciplina.Biologia econômica e sanitária  se baseando nas obras:
·                    Bem-estar animal: Qual é a novidade?. Portal da Educação; atualizada em 24 de Outubro de 2008; acesso em 16 de Setembro de 2012. Disponível em: http://www.portaleducacao.com.br/veterinaria/artigos/6603/bem-estar-animal-qual-e-a novidade?_kt=8494173369&gclid=CJmt68HvurICFQz0nAodHSYAiA
·                     GUIMARÃES A.M. Até que ponto a utilização de animais em experimentos científicos é eticamente aceita? Disponível em<http://www.ipebj.com.br/docdown/_ddf.pdf>
·                    Jacob F. Bem-Estar Animal. Rio de Janeiro; atualizada em 29 de Abril de 2011; acesso em: 16 de Setembro de 2011. Disponível em: http://www.fabianojacob.com.br/2011/04/bem-estar-animal-2/
·         NORDI W.M.. Ensino e pesquisa em bem-estar animal no Brasil. Curitiba, PR. Monografia (Graduação em Zootecnia), Universidade Federal do Paraná, 2007.

Bioindicadores e a nossa relação com os mesmos


Série Ensaios: Ecologia Urbana

Karin Aline Zanão e Raquel Vizzotto de Menezes

Acadêmicas do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas

Os bioindicadores são fatores bióticos empregados para o reconhecimento de condições sejam elas passadas, presentes ou futuras dos ecossistemas. Cada ser vivo necessita de determinadas condições do habitat para sobreviver, se alimentar e se reproduzir. A partir do momento em que determinada espécie não se reproduz mais, seja pela temperatura que estar muito alta, muito baixa ou estar acontecendo um desequilíbrio no meio ambiente. Ultimamente, os indicadores ambientais são utilizados para descobrir a situação de habitats, nível de degradação.  Na maioria dos casos este desequilíbrio ambiental é causado pelo homem, e ele mesmo é um dos seres vivos que direta ou indiretamente sofre as conseqüências que em muitas vezes são difíceis de reverter e controlar. O uso de bioindicadores é bastante útil, pois pode fornecer informações complementares e necessárias para a análise de risco ecológico quando um local está contaminado. Por exemplo, para avaliar uma área atingida por poluição de esgotos domésticos, pois ainda há lugares onde não existe tratamento adequado e causam doenças em boa parte da população. Os indicadores ambientais têm diversas funções quando utilizados:
·         Sentinelas: introduzidas para indicar níveis de degradação e prever ameaças ao ecossistema;
·         Detectoras: são espécies locais que respondem a mudanças ambientais de forma mensurável;
·         Exploradoras: reagem positivamente a perturbações;
·         Acumuladoras: permitem a verificação de bioacumulação;
·         Bio-ensaio: usados na experimentação
·         Sensíveis: modificam acentuadamente o comportamento.
Uma área relativamente nova é a  Ecotoxicologia, na qual são utilizadas espécies indicadoras são usadas como biosensores. Uma das áreas de interesse relacionadas ao tema é o de bioindicadores terrestres, em que nessa área é enfocada a qualidade do solo e os componentes edáficos do mesmo.  Entre tantos bioindicadores do solo, uma das espécies utilizadas é a minhoca, pois além da relativa facilidade de criação, as condições desses testes são internacionalmente aceitas e permite padronização de estudos e comparações internacionais e também á sua atividade na formação do solo, decomposição de resíduos de plantas, ciclagem de nutrientes da matéria orgânica, formação de húmus, fertilidade, porosidade e capacidade de infiltração, drenagem e retenção de água, e podem bioacumular poluentes em seus tecidos.  Além de ser importante para estudos científicos, a análise de ecossistemas tem influência nas áreas da saúde, em função de problemas ambientais e da economia, com perdas na agricultura. Uma das maiores causas de poluição do solo, e por conseqüência a poluição da água é o uso de agrotóxicos, de acordo com a ANVISA (2010) o Brasil está entre os maiores consumidores mundiais de agrotóxicos, e os riscos de intoxicação humana acontecem não somente através do trabalho na agricultura. Em certas áreas agrícolas, o simples fato de "respirar" pode se tornar uma fonte de exposição, lembrando que, durante a atividade de pulverização, existe a dispersão destes produtos no ambiente.

O presente ensaio foi elaborado para a disciplina se Biologia Econômica e Sanitária tendo se baseado nas seguintes obras:

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos. Relatório de Atividades de 2010. Disponível em:< http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/b380fe004965d38ab6abf74ed75891ae/Relat%C3%B3rio+PARA+2010+-+Vers%C3%A3o+Final.pdf?MOD=AJPERES>. Acesso em: 16 nov. 2012