segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Cuidado: Aranhas a Solta


Série Ensaios: Ecologia Urbana

Por: Bruna Michelle Teti Farias Maoski & Stephanie Gracia Bastos Schwenning.
Graduandas do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Pontifícia

O ser humano convive com muitos organismos que não são da própria espécie, que são denominados de animais sinantrópicos aqueles que convivem conosco sem que nós tenhamos feito tal escolha. Entre os animais sinantrópicos, há os que podem causar agravos a nossa saúde e que devemos evitá-los ao máximo, estes animais são classificados como animais de interesse médico são considerados animais venenosos e peçonhentos dentre os quais podemos citar: Aracnídeos: aranhas e escorpiões; Himenópteros: abelhas, vespas e formigas; Lepidópteros: larvas urticantes de borboletas e mariposas; Coleópteros: potó, trepa-moleque, fogo-selvagem; papa-pimenta; Peixes marinhos e fluviais (arraias, baiacus); Anfíbios (sapos, pererecas e rãs); Répteis: jararaca, cascavel, surucucu e coral verdadeira; Celenterados (medusas). Os animais venenosos produzem a toxina, mas não possuem dispositivos inoculadores. O veneno pode ser subproduto do metabolismo ou ser composto por substâncias tóxicas extraídas de plantas e acumuladas. Nesse caso, as toxinas não são protéicas e se ingeridas, causam o quadro de intoxicação durante a alimentação ou quando entra em contato direto com o animal, acidentalmente. Estima-se que ocorrem, anualmente, no Brasil cerca de 20.000 acidentes com serpentes, 5.000 com aranhas e 8.000 com escorpiões, podendo estar relacionados à ocorrência de óbitos ou produção de sequelas.
As “aranhas marrons” (Loxosceles sp) são muito comuns em Curitiba, Região Metropolitana, região de Irati, Ponta Grossa, Guarapuava, União da Vitória, Pato Branco e Jacarezinho, ocorrendo em menor frequência em todo o Estado. É importante lembrar que este gênero de aranha ocorre em vários países do mundo. São animais pequenos, medem em torno de 4 cm de diâmetro quando adultos. Sua coloração é marrom e possuem pernas longas e finas. Não são agressivas - com relação às outras aranhas -  ocorrem em lugares escuros, quentes e secos. No ambiente externo, vivem debaixo de cascas de árvores, em folhas secas, em buracos, em telhas e tijolos empilhados, muros velhos, paredes de galinheiro e outros. Dentro das casas, ficam atrás de quadros, armários, entre livros, caixas de papelão e outros materiais que não são muito remexidos. Importante lembrar que materiais de construção (como tijolos, telhas, lajotas, azulejos e madeiras) guardados também servem de abrigo para as aranhas. O veneno da aranha marrom causa alterações na pele e alterações sistêmicas, que podem levar até a morte e recebe o nome de “Loxoscelismo".
Em virtude do desmatamento e redução dos predadores da aranha marrom (lagartixa, galinha e sapo) os hábitos sinantrópicos foram maximizados, e com isso passaram a aumentar a ocorrência de acidentes. Curitiba, capital do Paraná, é a cidade no Brasil onde há maior número destes acidentes. Em 1986, foram notificados 92 casos, e o aumento foi progressivo, até que no ano 2000 foram notificados 2102 casos, com algumas mortes também registradas. O trabalho sobre animais de interesse médico é muito importante para alertar a população sobre os riscos de acidentes com aranhas marrons, uma vez que elas não atacam de espontaneamente as pessoas elas apenas se defendem quando pressionadas contra uma roupa ou ao calçar um sapato e vale ressaltar que trabalhos assim não são realizados para amedrontar a população com relação às aranhas serve para que as pessoas tenham mais atenção e cuidado com esses animais, pois cada vez mais temos que expor que o que ocorre é um acidente e não um ataque. Para que as pessoas não matem qualquer tipo de aranha desencadeando assim um desequilíbrio ambiental sem necessidade real. Muitas outras aranhas são mortas seja por conta do medo excessivo da população ou por falta de informação sobre os cuidados com esses animais e os cuidados para mantê-los longe de nossas residências.


O presente ensaio foi realizado para a disciplina de Biologia Econômica e Sanitária II, sendo baseado nas seguintes obras: