Série
ensaios: Ecologia Urbana
Por Cleide Estevão dos Santos & Ezequiel Ribeiro Linz
Acadêmicos do curso de Ciências Biológicas
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A água, elemento básico para garantir a
sobrevivência de todos os seres vivos do Planeta Terra tem ao longo dos anos
suas propriedades físico-químicas ameaçadas, e um dos, se não o principal fator
relacionado a este problema é a poluição.
Embora o ser humano seja inteligente o suficiente para saber que a junção da
água limpa com efluentes de várias origens possa gerar problemas de diversos
aspectos, parece não se importar muito quando o assunto é cuidar do ambiente,
pois o homem evoluído por assim dizer, está diretamente relacionado à maioria
dos processos que resultam na poluição da água e do meio ambiente em geral.
Seguindo esta perspectiva, é possível perceber que a poluição da água se
caracteriza como um dos principais problemas
de saúde pública no Brasil e no mundo, contudo o termo
público só ocorre na maioria das vezes na prática, pois existe ainda uma grande
necessidade de participação da opinião pública em questões como esta. Com
certeza é preciso que as pessoas exerçam sua cidadania, principalmente neste
caso em que cuidar do meio ambiente é um fato determinante para sua própria sobrevivência,
já que de todos os seres vivos existentes na Terra, nós seres humanos somos os
que mais utilizamos água, os únicos que desperdiçamos e os únicos que poluímos
conscientemente. É lógico que em alguns casos isso é impossível, mas existem
muitas formas de minimizar a situação.
Como se sabe medidas para melhorar a qualidade da água são práticas
adotadas pelas civilizações desde a antiguidade.
Ao perceber que as impurezas encontradas na água traziam sérios danos à saúde,
o homem procurou maneiras de tratar para garantir a qualidade da mesma na sua
utilização. Hoje em dia as populações podem contar com o trabalho de Estações de
Tratamento que garantem o Saneamento, ou seja,
que trabalham com a finalidade de preservar o meio ambiente e prevenir doenças,
obtendo dessa forma melhores condições de saúde pública. Entretanto, a poluição
que afeta grande parcela da água e outros recursos naturais em nosso planeta
não parece ser um assunto de interesse geral, as pessoas parecem estar tão
ocupadas com atividades resultantes dos grandes avanços tecnológicos e
industriais que a nossa sociedade sofreu e nem percebem a gravidade da
situação. Mas não podemos culpar a população, afinal de contas, se uma empresa que
teoricamente é responsável pelo Saneamento de determinada
população é acusada de poluir um dos principais rios de seu estado, o que mais
se pode esperar?
Embora muitos profissionais trabalhem buscando melhorias para o meio
ambiente e para o bem estar da sociedade, existe uma grande carência de
informações por parte das populações. Fatores como a desigualdade social e a má
distribuição de renda talvez expliquem um pouco porque isso acontece. A má
administração por parte dos nossos gestores determina a grave atual situação. É
necessário que a população na íntegra tenha acesso a informações que esclareçam
o que são estações de tratamento; pra que elas servem; como podemos tratar a
água em casa; como podemos economizar a água; como funcionam e para onde devem
ser destinados os esgotos; como devemos descartar nossos resíduos; qual a
importância dos serviços sanitários entre outras. Este processo de
sensibilização pode ser feito através das escolas, em propagandas
políticas (que pouco desempenham finalidade produtiva
as pessoas), em programas desenvolvidos pelas empresas de Estações de
Tratamento e de várias outras formas. Porém
devemos lembrar-nos de uma parcela considerável da população que pouco se
importa com qualquer dessas informações citadas, não por descaso, nem por
consumismo, mas por uma questão de prioridades. Será que um indivíduo que não
possui água nem para beber, sem acesso a qualquer serviço público, vendo seus
entes morrerem de sede ou por doenças causadas pela ausência de saneamento
básico tem estrutura para pensar em problemas de conscientização pelo meio
ambiente? Sabemos que a água é um dos bens naturais mais preciosos, que o
processo de poluição por parte do homem é cada vez mais crescente, mas que a
luta pela sua preservação e diminuição da poluição é um desafio muito grande e
difícil. Pois envolve muito mais que o desenvolvimento de projetos de
sensibilização, embora esse não deixe de ser um caminho. Não será possível se a
população não for tratada como um todo e menos ignorada por quem realmente pode
ajudar. Para cuidarmos da natureza, temos que cuidar uns dos outros. Mas
enquanto isso não acontece nascentes de rios estão sendo poluídas, espécies animais
e vegetais estão desaparecendo, pessoas
estão morrendo, o clima está um
caos e muitos outros problemas estão sendo
desencadeados.
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Nós, formandos
em Biologia acreditamos que o homem tem o potencial de destruir, de afetar, de
interferir, enfim de transformar o seu meio por diversas formas, a grande
questão é, qual é a forma correta? Porque se quisermos continuar no Planeta
Terra por mais um tempinho, vamos fazer nossa parte e nos envolver mais nos
problemas relacionados aos recursos naturais, começando pela água que é um bem
de todos e por isso todos nós temos a responsabilidade de preservá-la, visando
uma melhor qualidade de vida a todos os seres que compartilham este recurso.
Este ensaio foi elaborado para a
disciplina de Biologia tendo se baseado nas obras:
Júlio C. Rocha, André H. Rosa e Arnaldo A. Cardoso. Introdução
à Química Ambiental p 29-33, Editora Bookman, 2004.
Weber,
R,R.(2012).A perigosa poluição das águas. Site Scientific American Brazil. Disponível
em:http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/a_perigosa_poluicao_das_aguas
Acesso em 23 de outubro de 2012.
Lobo, F. (2011). Rios
brasileiros: Poluição e descaso. Grupo Boticário- Eco Reportagens.
Disponível em:
http://www.oeco.com.br/reportagens/24714-rios-da-mata-atlantica-poluicao-e-descaso
Acesso em 20 de outubro de 2012.
Silva, M. (2010).
Recursos hídricos: o que falta fazer. Blog da Marina Silva. Disponível
em http://www.minhamarina.org.br/blog/tag/poluicao/ Acesso em 20 de outubro de
2012.