domingo, 22 de maio de 2011

Os Biólogos e a Biologia Econômica – fechar os olhos ou se posicionar?

Nas últimas semanas a turma do 5º período de Licenciatura em Ciências Biológicas da PUCPR refletiu, debateu e construiu uma nova maneira de ver a sociedade, a natureza e a ecologia. Os futuros biólogos estudaram textos sobre economia, administração, marketing, direito, filosofia, saúde pública e educação ambiental. Além disso, foram a campo e pesquisaram como acadêmicos e profissionais de cursos que usam o contexto ambiental em sua atuação profissional estão se preparando tecnicamente sobre o tema. Suas produções foram postadas no Blog “Ecologia Urbana: construindo a cidade sustentável” e os temas foram debatidos em sala. Percebi que a turma como um todo já se posiciona sobre esses temas, algumas pessoas são mais passionais e ainda se posicionam como defensores da natureza indefesa. Por outro lado, outros alunos, se posicionam mais na justificativa das atitudes do homem indefeso contra a manipulação da mídia. Também percebi que algumas pessoas estão bem inseridas no contexto político e querem estimular atitudes mais pró-ativas. Esse texto será escrito a pelo menos 50 mãos, daqui pra frente, esses novos biólogos irão construir um texto que tem o intuído de levar não apenas aos biólogos a refletirem sobre os rumos da biologia econômica, mas todos os profissionais que precisam de forma direta e indireta considerar as questões ambientais nas suas atividades. Não podemos esquecer que antes de sermos médicos, enfermeiros, advogados, filósofos, engenheiros, biólogos dentre as milhares de profissões - somos cidadãos e que a natureza não nos pertencente, mas sim que somos ela.

A experiência adquirida pelo debate proporcionou a exposição das idéias e pensamentos que cada aluno já tinha. Questões sobre consumismo, sustentabilidade, idéias para o amortecimento da degradação ambiental foram expostas e refletidas visando a sua importância no mundo atual. O debate em sala de aula foi muito produtivo, principalmente por que todos os assuntos eram diferentes e sempre acabavam chegando a um mesmo fim. Após a finalização de todos os trabalhos e a leitura de todos os textos é possível verificar que a ecologia e o meio ambiente não estão presentes em todas as áreas de conhecimento, porém ela deveria ser inserida, por que querendo ou não o futuro estará totalmente ligado a natureza. Assim, concluímos que desde sua existência, o homem vive em busca de seu próprio bem-estar e estabelece a natureza como um bem de consumo, ou seja, usa todos os seus recursos e não analisa suas conseqüências. Com isso, a natureza, que teoricamente tem direitos sobre si mesma, acaba sendo propriedade do homem. Desta forma, o contato com diferentes realidades nos cursos que necessitam do contexto ambiental também trouxe várias concepções que podem ser trabalhadas pela nossa área. A biologia acredita na qualidade de vida do planeta e do ser humano, não voltando apenas para o bem-estar do homem como a maioria das visões analisadas nos demais cursos.

Pensar economia como futuros Biólogos, não é utopia ou um sonho com um mundo sem poluição, sem degradação e totalmente em harmonia, mas sim olhar para a realidade e não se conformar com tanta degradação e desperdício, é buscar mudar as pequenas atitudes e levar os que estão próximos a fazer o mesmo, é propor e ao mesmo tempo ser agente da mudança, que não acontece imediatamente, mas que precisa acontecer e ter a consciência de ser parte dessa mudança, é viver como homem que faz parte da natureza e por isso a preserva. Se o homem tiver um comportamento mais ético, usará a natureza de forma sustentável e com isso, a relação homem/natureza será mais benéfica e equilibrada. Mudar o paradigma da relação antropocêntrica que nos temos sobre a natureza e estabelecermos uma relação ecocentrica é uma forma de garantirmos a sobrevivência sobre o planeta. A conservação do meio ambiente depende de todos nós. E nós alunos do curso de Biologia, conseguimos entender um pouco mais sobre os outros cursos em relação à Biologia Econômica, percebemos então que são poucos os cursos que abrangem esse “tema” e assim também, poucos alunos que tem a consciência de como manter conservado o meio em que vive. O mais importante de tudo é educar e fazer com que o cidadão comum entenda que tudo o que ele faz ou fará; gerará um impacto no meio ambiente que o cerca. E que só com práticas e ações que visem à sustentabilidade dessas práticas; estará garantindo uma vida melhor e mais satisfatória, para ela mesma, e para as gerações futuras. A natureza, assim como o homem, vem se adaptando por mudanças que ocorrem na sociedade. O crescimento dos países, a luta pelo desenvolvimento a qualquer custo, a batalha pelo maior poder, acaba influenciando em todas as áreas de desenvolvimento. Em meio a tantas mudanças na sociedade, o meio ambiente vem acompanhando e se transformando, os recursos naturais são retirados de todas as formas sem nenhuma preocupação, a economia esta a frente da luta desenfreada pelo lucro, pelo ganho próprio. Os impactos que se originam a partir disso, são muitas vezes maquiados por políticas de desenvolvimento, por ideias e investimentos que não acabam prevenindo ou recuperando recursos degradados.

A conservação ambiental deve ser exercitada por todos na sociedade, em nosso cotidiano, cada um deve fazer sua parte. Em casa, no trabalho, e mobilizando as pessoas que nos são próximas, assim estamos colaborando para um planeta mais saudável. Podemos pensar em várias formas para uma boa convivência com a natureza, só que o mais importante é colocar em pratica tudo aquilo que é certo fazer. Um exemplo é separar o lixo, cada pessoa tem que pensar por si mesma, porque é pela contribuição de cada um que vamos conseguir fazer a diferença, claro precisamos arranjar meios eficientes para influenciar as pessoas, só que antes temos que ter plena consciência e certeza do que pretendemos individualmente, e ai sim repassar a sociedade. É fundamental para o ser humano viver em equilíbrio com a natureza, pois é dela que retiramos tudo que necessitamos. Infelizmente o desenvolvimento desenfreado da humanidade, a luta pelo poder fez com que o meio ambiente seja utilizado de qualquer maneira , sem preocupação com o futuro próximo. Por isso a educação ambiental é tão importante, cada um deve fazer sua parte para um convívio saudável com o meio ambiente.

Um dos principais problemas que se vem agravando, na questão ambiental, é a falta de Educação Ambiental, realmente está sendo precária nas Escolas e Comunidades, onde não temos uma formação adequada para por exemplo, a questão dos recursos renováveis, como se utilizar a agua de forma consciente, ou como se reciclar. Acredito que todos nós Biólogos batendo mais nessa questão muito desses prejuízos ambientais poderiam ser evitados, assim iríamos manter um “mundo vivo” para as gerações futuras; Falar de conservação de meio ambiente e sustentabilidade para os outros sem realmente praticar estas atitudes não passa de hipocrisia, mesmo para nós futuros biólogos, devemos tomar de fato as atitudes que pregamos na educação ambiental. Não podemos falar de reciclagem se não a fizermos, não podemos falar em reduzir o consumo se não reduzirmos o nosso próprio, devemos pensar em nossas atitudes o fazer de fato tudo aquilo que pregamos para que possamos ter argumentos para repassar a educação ambiental, pois ela começa com nós mesmos.

A maior dificuldade que encontramos é o fato de não se conseguir conscientizar as pessoas sobre a conservação da natureza e os riscos de uma atividade extrativista em larga escala, o que se consegue apenas é uma sensibilização momentânea. Devido ao tipo de consumo que estamos acostumados a ver nos meios de comunicação. O tema educação ambiental devia ser tratado com maior respeito e com maior ênfase já que o futuro de toda a população depende de iniciativas aparentemente simples como uma boa educação e que, com essa educação haja a conscientização desde pequeno. Não é um trabalho simples e também não é rápido o resultado, mais deve-se começar o quanto antes, pois a natureza já pede socorro a muito tempo. O ponto comum foi “recursos naturais sendo utilizados sem nenhuma preocupação com a sua escassez” no entanto o que foi levantado como alternativa para diminuir esses desgastes, havia contradição de idéias e dúvidas com relações a execução das mesmas. Até quando reciclar é viável? Diminuir o consumo de carne resolve parte do problema? Educação ambiental é eficiente? A propaganda influência no consumo excessivo? Observando a necessidade de outras áreas em ter uma responsabilidade ambiental, a grande maioria concorda que pegar carona nessa necessidade, ou modismo, é válido.

O biólogo como defensor da natureza deve ser o primeiro a realizar algumas ações, por exemplo, reciclar, reduzir consumo, não jogar lixo na rua, entre outras e depois tentar conscientizar as pessoas, mas o que adianta? As pessoas acham que biólogo é maluco e normalmente o que ele fala não vai acontecer, mas só vêem que estamos certos quando algum fenómeno da natureza os atinge. O povo deveria se conscientizar por si só e não esperar alguém lhes falar que aquilo não pode fazer ou que só aquilo pode se fazer, a maioria não pensa no futuro, nos animais que serão prejudicados com tal atitude e muito menos nas outras pessoas, ninguém pensa que sua atitude de hoje pode influenciar o futuro do seu filho, a sociedade é completamente egoísta não só na parte que envolve a natureza, cada um pensa em ganhar e como gastar o seu dinheiro e o resto que se lasque. É lógico que atitudes ruins não farão biólogos desistirem da sua meta e continuaremos a lutar pela preservação e como cidadãos por um mundo mais digno.

O debate como esse que fizemos, mostra o comprometimento de cada acadêmico do 5º período da graduação de Biologia em defender o maior bem que temos, dele dependemos para nossa sobrevivência e a dos nossos descendentes. Essa iniciativa tem que partir de todos, não importa a área de atação, por mais importante que ela seja ela depende do meio ambiente. Só a partir de um planeta saudável podemos pensar em outras conquistas. Neste debate ficou claro e, contudo esclareceu que nós temos como principal papel de tratar ou achar a cura da doença que ameaça ao equilíbrio do ecossistema, e com tudo que motiva na degradação da vida. Neste trabalho toma a questão da busca em contribuir com a criação de novos pontos da economia com a biologia. Pode acrescentar em nossos conceitos que a importância do processo de reciclagem, que alem de preservar o meio ambiente também produz riquezas, que no qual em saber que os materiais mais reciclados são o vidro, o alumínio, o papel e o plástico. Nos biólogos podemos contribuir significativamente na reciclagem no intuito de diminuir a poluição do solo, da água e do ar. Foi colocado em questão em sala, que as empresas que compartilham os materiais reciclados, como forma de reduzir proporcionalmente os custos na produção. É importante ressaltar do que nos biólogos estamos contribuindo para o mundo, pois viver de palavras não contribui com a importante da ação de cada individuo, no qual levantar dados ficara fácil para obter êxodo, como aplicar formas para obter estas conquistas econômicas na biologia.

Antropologia e Economia



André Lidke, Andréa Cruz, Ludmilla Monteiro & Maria Vitória

Acadêmicos do curso de Ciências Biológicas PUCPR

Emerson José L. de Oliveira fez uma análise da economia dentro da sociedade ocidental atual. Segundo o autor na sociedade capitalista a noção de riqueza foi substituída pela noção de valor e preço criando assim uma sociedade voltada para a acumulação dos valores de troca, onde o valor é expressão de riqueza. Toda ação econômica que acrescenta valor às coisas é, por definição, criadora de riqueza, sendo assim, numa sociedade capitalista, o valor é determinado pela escassez. Fazendo uma análise das afirmações dos pensadores citados no texto, chegamos a problemática atual da sociedade ocidental, onde o capitalismo cria desejos e necessidades, fundando-se no consumo e no desperdício, assim como em processos de destruição planejada. De acordo com Polany, um dos pensadores citados, na sociedade ocidental, “ao invés da economia estar embutida nas relações sociais, são as relações sociais que estão embutidas no sistema econômico”. Partindo de pressupostos e propensões dos seres humanos como a definição que Polany chama de grande transformação que diz que não é possível o mercado regular por si só, resumindo, não tem como o mercado sobreviver sem a utilização da natureza,. Seria a proposta da economia solidária dos atuais Clubes de Troca bem como o surgimento das redes de comercio justo, reinventando o dinheiro, isso traria benefícios à natureza não submetendo a terra, o trabalho e o dinheiro a hegemonia da lei do valor. Tornando assim a sustentabilidade importante na sociedade contemporânea e colocando a natureza fora do domino mercantil. Por isso analisar a cadeia do consumo é fundamental, É nessa circulação de significados que a ‘etnoeconomia’ do consumo pode instaurar uma compreensão mais profunda das lógicas sociais e econômicas nas quais homens e objetos estão enredados, não como entidades separadas, mas como elementos incrustados nos segmentos, etnias e classes sociais.

Este ensaio foi apresentado à disciplina de Biologia Econômica e Sanitária e baseado na obra de Emerson José Sena da Silveira ANTROPOLOGIA E ECONOMIA: Contribuições à crítica a utopia de mercado e a importância cultural do consumo. http://www.itaucultural.org.br/bcodemidias/000577.pdf

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