sexta-feira, 28 de agosto de 2009

TABELA DE EVENTOS SOCIOAMBIENTAIS

Atualizado em 25/08/2009

Data

Evento

Local

Cidade-UF

27 de Agosto a 4 de Setembro de 2009

I BIENAL DO LIVRO DE CURITIBA

educação, cultura e sustentabilidade

[Palestras, Teatro, Literatura e Ensino (minicursos), Cinema, Autores, Encontros, Mesa Redonda e Oficinas]

Expo Unimed Curitiba - Universidade Positivo

Curitiba - PR

Caixa de texto: Novo

29 de agosto de 2009 - Sábado

"Campanha TicTac"

Dia de Ação pelo Clima: “100 dias para Copenhague”

Caixa de texto: NovoSão Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte,

Recife, Salvador, Brasília e Manaus (talvez em Curitiba?)

1 a 3 de setembro de 2009

ECO BUSINESS SHOW Tecnologia e resíduos eletrônicos

impactos e caminhos para a Tecnologia Verde

Centro de Exposições Imigrantes

São Paulo – SP

01 a 04 de setembro de 2009

2ª FIBoPS – Feira Internacional para Intercâmbio de Boas Práticas Socioambientais

Centro de Convenções Frei Caneca

São Paulo – SP

10 a 13 de setembro de 2009

Adventure Sports Fair

Esportes e Turismo

Pavilhão Imigrantes

São Paulo-SP

16 a 18 de setembro de 2009

II Fórum de Direito Ambiental

"O Homem, o campo e a Cidade"

Centro Cultural Matarazo

Caixa de texto: NovoPresidente Prudente – SP

17 de Setembro de 2009

V Seminário de Meio Ambiente

Câmara Brasil - Alemanha

Clube Concórdia

Caixa de texto: NovoCuritiba - PR

19 de Setembro de 2009 Sábado

Dia Mundial de Limpeza 2009 de Praias e Rios

(diversas iniciativas)

Estado do Paraná

20 a 24 de setembro de 2009

VI Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação

Expo Unimed

Curitiba-PR

22 e 23 de outubro de 2009

3º Seminário Regional Sul de Resíduos Sólidos

Universidade Caxias do Sul

Caxias do Sul-RS

4 a 6 de novembro de 2009

V Seminário de Resíduos – Recicle CEMPRE

XI FIMAI - Feira Internacional de Meio Ambiente Industrial e Sustentabilidade

Expo Center Norte - Pavilhão Azul

São Paulo - SP

9 a 15 de novembro de 2009

Encontro Intercontinental Sobre a NaturezaO2/ Feira de Tecnologia e Produção Limpa - PROECO

Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura

Fortaleza-CE

27 a 29/11/2009

Seminário Internacional

"Experiências de Agendas 21: Os Desafios do Nosso Tempo"

Universidade Estadual de Ponta Grossa

Ponta Grossa-PR

24 a 27 de março de 2010

Feira SOLUTEC 2010

Centro de Exposições Rio Centro

Rio de Janeiro-RJ

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Telhados - começando de cima pra baixo

O Início da Construção de Uma nova Forma de ver as Cidades


Esse último final de semana (21 e 22 de agosto de 2009) marcou o início da nossa caminhada, rumo a uma nova forma de ver as cidades. Foi dado início a Especialização em Ecologia Urbana: construindo a cidade sustentável com a participação de dois palestrantes que despertaram muitas reflexões. O prof. Waldemiro Gremski falou sobre Sustentabilidade e o papel das Universidades e dos Empresários, simplesmente fantástica as colocações e os pontos levantados sobre o papel que cada segmento da sociedade deve tomar em prol da consolidação de atitudes coletivas que visa a qualidade de vida de todos. De fato, se todas as empresas começarem a exigir dos seus fornecedores um procedimento socioambiental e avaliando os procedimentos e as atitudes dos que estão mais próximos, com tempo teremos uma complexa teia de prestadores e fornecedores que incorporarão esses novos paradigmas “naturalmente” que contribuirá com todo o sistema. A Segunda palestra foi da bióloga da Secretaria do Meio Ambiente de Curitiba a Msc Claudia R. Boscartin que nos apresentou uma palestra brilhante, além da sua habilidade em transmitir a informação, a paixão e o envolvimento com a questão ambiental transborda e nos envolveu completamente. Eu particularmente fiquei encantada com o trabalho realizado pela prefeitura e não conhecia a amplitude do programa de recuperação e conservação da bacia do rio Barigui. De fato fiquei muito impressionada e feliz por me sentir menos solitária nessa jornada. Nós tivemos também a grata presença da Dra. Leny Cristina Milléo Costa e da Msc. Márcia Arzua, também professoras do Curso e do Prof. Luiz Antonio Acra. Nosso coquetel de boas vindas teve muitas frutas, as quais além de remeter a sustentabilidade, nos traz um hábito alimentar mais saudável e reduz a produção de lixo advindo de copinhos de plásticos e garrafas pet – aprovado!
No segundo dia nós conversamos sobre evolução tanto do comportamento social, do homem e das cidades... no final do sábado fizemos a atividade de avaliação - que pra mim fechou com chave de ouro nosso primeiro encontro. Os alunos assumiram o papel de órgãos governamentais, empresários, terceiro setor e população e através do olhar de cada segmento apresentaram o principal problema socioambiental pra eles e como os demais segmentos deveriam resolver “o seu problema”. O debate foi muito estimulante, gostei muito da participação de todos e dos caminhos por onde entramos. A pesar de parecer difícil, temos esperança que conseguiremos. Nós concluímos que para o ser humano que evoluiu um sistema social baseado em pequenos grupos - e uma afinidade muito grande pelo seu clã e ainda vem de uma espécie exploradora – despertar nas pessoas a consciência do uso racional e do pensar coletivo em grande escala é um desafio enorme... é algo “anti-natural” “anti-intuitivo” “anti-institivo” assim devemos fazer racionalmente e conscientemente... Desafios, desafios... Felizmente não estamos sozinhos.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Aviso no.1 Início das Aulas

As Aulas do Curso de Especialização em Ecologia Urbana: Construindo a Cidade Sustentável iniciam nessa sexta 21.8.9 às 19h na sala I do Prédio de Exatas na PUCPR. A primeira disciplina é Introdução à Ecologia Urbana será ministrada na sexta (21.8.9) e Sábado (22.8.9). Vamos construir uma nova forma de ver as cidades?

Espécies Invasoras (Texto: Dra. Marta Luciane Fischer)


Homem – espécie invasora?


Os primeiros hominídeos eram flexíveis e adaptáveis em seu comportamento, toleravam uma grande diversidade de condições ecológicas e climáticas e eram capazes de expansão demográfica e geográfica. Moram (1994) fez um amplo estudo da adaptabilidade humana e ressaltou que ela se manifesta tanto em termos socioculturais quanto fisiológicos, sendo que ambos proporcionam um mecanismo mais rápido para aumentar as chances de sobrevivência do que as mudanças fenéticas. Por isso, o autor ressaltou a importância da união de biólogos do comportamento humano e cientistas sociais sob a mesma estrutura ecológica para compreender de fato como se processa a adaptabilidade humana. Essa história de sucesso resultou em um grande preço a ser pago, devido ao aumento da pressão sobre os recursos. Assim, a dispersão por novas regiões, e não apenas o aumento da densidade populacional, foi a grande marca dos humanos (Foley, 1998). Segundo Foley (1998), as conseqüências dos humanos são assustadoras e já vem de longa data. Há cerca de 10 mil anos muitos ambientes e paisagens foram transformamos pela atividade humana. Desertos como do Saara se intensificaram, florestas foram destruídas completamente, sistemas fluviais foram alterados, foram criados lagos e represas. Nos últimos 400 anos a população humana passou de poucas centenas para quase sete bilhões. A ação do homem na natureza hoje é evidente, mas desde que começou a cultivar as plantas e criar os animais vem contribuindo para alterar forma, tamanho e comportamento dos organismos, chegando ate a criar novas espécies. O surgimento do homem marca outra fase importante de extinções. O homem pré-histórico afetou populações de faunas de continente inteiros, principalmente devido ao desperdiço da caça da megafauna. Grandes eventos de extinção dessa fauna foram registrados na Austrália a 40-50 mil anos, na Europa de 20-30 mil anos e nas Américas há pouco mais de 10 mil anos. No Pleistoceno a América do Norte perdeu 73,3% dos gêneros da sua megafuana, a América do Sul, 79,6% e a Austrália, 86,4%. Nas ilhas da Oceania a chegada dos humanos mais os seus comensais (e.g. ratos e gatos) resultaram em um impacto pré-historico que durou de 1.000 a 3.000 anos levando a extinção de 8.000 espécies de aves. Essas extinções seguiram as pegadas do homem e cronologia das extinções corresponde à chegada do homem nesses locais (Fernandez, 2004). Provavelmente isso se deu devido a esses animais não terem nenhum instinto para se defender dessa nova espécie invasora. Desde então, todo o planeta tem sofrido impacto diante a atividade massiva humana (Mooney & Cteland, 2001). Na Austrália mais do que 85% de gêneros terrestres com mais de 44 kg se extinguiram no final do Pleistoceno, provavelmente devido ao impacto humano (Miller et al., 1999). Os autores acreditam que ação humana sobre uma vegetação não pré-adaptada resultou e uma diminuição dramática na quantidade de árvores e arbustos do continente para o interior, causando estresse na fauna dependente, somando assim a seca e a predação humana, levando a megafauna à extinção. Nesse cenário, o próprio ser humano se comportou como uma espécie invasora, sendo o fenômeno mais antigo que imaginávamos (Wilson, 1992). Fernandez (2004) caracteriza bem os impactos das comunidades primitivas na natureza mostrando o exemplo do pueblo do Chaco Canyon. Estes se constituem de ruínas presentes no deserto do Novo México. Até pouco tempo se questionava porque esses índios teriam feito uma construção maciça de cinco andares com 650 habitações de mais de 201 metros de comprimentos por 95 de largura que podiam alojar 3 mil pessoas, no meio do deserto. Essa construção foi feita usando 200 mil troncos de árvores de 5 metros cada. Na verdade essa era o maior de vários pueblos construídos pelos anasazi. Com os estudos arqueológicos se descobriu que na verdade esse pueblo foi construído no meio de uma floresta, que foi totalmente dizimada para utilização da madeira e para agricultura. Os índios tentaram salvar a agricultura da erosão fazendo canais de irrigação, no entanto foi em vão, ao final de 300 anos a região se transformou em um deserto hostil, abandonando assim a região. O oriente médio já foi uma área muito fértil, o caminho da civilização que passo pela Grécia, Roma e Europa deixou um caminho de devastação. Segundo Fernandez (2004), a crise ecológica não é um aborrecimento passageiro, pois acompanha o homem ao longo da sua história. Ignorar esse fato não causa apenas um incomodo estético, mas a ruína da própria civilização.

O outro evento de impacto humano foi a chegada dos europeus às Américas - Conhecida como Era da Exploração - quando foram criadas verdadeiras brechas nas barreiras biogeográficas que isolavam biotas continentais por bilhões de anos. Inicialmente foi feito o transporte das espécies domesticadas, sendo registradas cerca de 1.500 só para o velho mundo (Mack et al. 1999). Segundo Primack & Rodrigues (2001), os europeus introduziram centenas de espécies de mamíferos (e.g. gado, porco, ovelhas e cabras) e aves nas colônias, a fim de terem um ambiente familiar. Junto com as plantas vieram as ervas daninhas e os insetos. As introduções podem ser intencionais e não intencionais, legais ou ilegais, o fato é que o transporte de espécies ao redor do mundo é muito antigo. O comércio internacional - que gera as riquezas dos países - movimentam as espécies de um local para outro e ironicamente diminuem a diversidade (Mooney & Cteland, 2001). Atualmente o enorme volume de exportações, a globalização e as tecnologias que diminuíram muito o tempo de viagem e aumentaram o fluxo, aumentam potencialmente o transporte de sementes, doenças e pequenos organismos, seja através das embalagens utilizadas nas mercadorias, água de lastro ou mesmo através dos turistas. Ratos europeus que chegaram nos navios colonizaram inúmeras regiões de porto. Doenças como varíola, sarampo, malária e difteria entre tantas outras, dizimaram populações humanas sendo levadas pelos Europeus (UCS, 2001). Inúmeras espécies são levadas de um lugar para o outro, porém menos de 30% conseguem efetivamente se estabelecer, pois encontram muitas barreiras bióticas e abióticas. Ainda, dessas a maioria (99%) se instala e se naturaliza sem causar maiores dados para o ambiente e apenas uma quantidade muito pequena se estabelece e se torna invasora usando os recursos de outras espécies. Essa porcentagem mínima é hoje considerada a segunda causa de perda de biodiversidade, perdendo apenas para a destruição de habitat (UCS, 2001).