Série ensaios: Ecologia
Urbana
por Guilherme Machado Gonçalves; Héllen Thaiane Moreira Da Silva
Acadêmicos do Curso de ciências Biológicas
No século XVIII o iluminismo
foi um marco na história da humanidade, pois, foi nesta época que começaram os
grandes avanços tecnológicos. Porém o avanço da tecnologia fez com que o homem
se esquecesse de conhecer a si mesmo. Os animais continuaram sendo tratados máquinas,
pois se acreditava que eles existiam com o único propósito de servir ao homem. Durante
a
Segunda Guerra Mundial o homem passou a utilizar os
animais como produção: tanto para alimentação, trabalho, vestuário, pesquisa, na
indústria e no entretenimento. Neste momento houve certa preocupação com o bem-estar
animal, termo este que ainda não havia sido inventado.
O
bem-estar animal veio a ser conhecido pelo mundo a partir do livro
“Animal Machines” de Ruth Harrison
em 1964. Este livro colaborou para a criação de comissões que visavam avaliar o
bem-estar dos animais de produção e propor melhorias. Visão esta que era voltada
apenas para o público, de como os animais deveriam ser tratados em cativeiro.
Assim, apenas caracterizava o estado dos animais em cativeiro e após esta
análise incrementavam o bem-estar quando sob a responsabilidade de humanos. Portanto,
o bem-estar animal tem como base a funcionamento orgânico e a saúde dos
animais. É importante lembrar que o termo “bem-estar” também se preocupa com a
saúde mental dos animais. Então, fica claro que o bem-estar animal não respeita
apenas à qualidade
de vida dos animais, mas principalmente à percepção
que eles têm dela.
A
preocupação com o bem-estar dos animais levanta algumas questões a respeito da
utilização destes para o entretenimento. O bem-estar animal é a área que sofre
a maior diversidade de abusos contra os animais. A utilização de animais para o entretenimento gera sérios problemas,
tanto para o bem-estar do animal em si quanto, em alguns casos, para a
preservação da espécie. A indústria do entretenimento
usa esses animais para uma grande variedade de funções, como: zoológicos,
circos,
caças,
rinhas,
touradas,
rodeios
e corridas.
Os zoológicos foram criados, a princípio, como uma forma de expor os animais
para a sociedade, sem nenhuma preocupação com a qualidade de vida desses
animais e gerando uma deseducação ambiental nas gerações que viriam.
Atualmente, os animais que vivem nos zoológicos ainda são expostos para a
sociedade, porém, agora com a justificativa de preservar as espécies que ali
vivem. No entanto, o ambiente de cativeiro é um fator limitante, que leva
muitos animais a terem comportamentos anormais, pois, não proporcionam a eles
as condições que encontrariam em seu habitat natural.

Nós formandos de biologia acreditamos
que tendo em vista a dificuldade de se recriar o habitat natural destes
animais em cativeiro e em razão disso muitos deles apresentam comportamentos
anormais visíveis, esses lugares deveriam ser abolidos e esses animais
remanejados para santuários, onde pudessem
terminar seus dias com melhor dignidade e qualidade de vida. Porém, deve-se levar
em conta que essa atitude demandaria de muito investimento e força de vontade
das autoridades em criar leis de fiscalização
para estes lugares. Então se torna mais viável a utilização do enriquecimento ambiental, pois,
seria talvez a melhor forma de proporcionar um melhor bem-estar animal e
diminuir ou amenizar o mal-estar animal.
O presente ensaio
foi elaborado para disciplina de Biologia Econômica e Sanitária II. Baseando-se
nas obras:
Animalmosaic. Animal para
Entretenimento. Disponível em:
> Acesso em: 26 de setembro de 2012.
Chalfun, M. Animais,
manifestações culturais e entretenimento, lazer ou sofrimento? Disponível em: <
http://www.abolicionismoanimal.org.br/artigos/animaismanifestaesculturaiseentretenimentolazerousofrimento.pdf>.
Acesso em: 22 setembro de 2012.
Fischer. Workshop em ética e bem-estar no uso de
animais no entreterinemto. Disponível em: <http://etologia-no-dia-a-dia.blogspot.com.br/2012/09/workshop-em-etica-e-bem-estar-no-uso-de.html> Acesso em: 29 de
setembro de 2012.
Harrison, R. “Animal Machines”.
London: Stuart, 215p, 1964.
Ladeia, I. R. B. Zoológicos naturalísticos: a diversão do
público aliada ao bem estar animal. Disponível em:
Acesso em: 20 de setembro de 2012.
Sanders, A.; Feijó, A. G.S. Uma
reflexão sobre animais selvagens cativos em zoológicos na sociedade atual.
Revista Eletrônica da sociedade Rio-Grandense de Bioética, Porto Alegre, Vol.
1, Número 4, Jul. 2007.