quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Quando o homem conhecerá o intimo de cada animal?


Série ensaios: Ecologia Urbana

por Guilherme Machado Gonçalves; Héllen Thaiane Moreira Da Silva

Acadêmicos do Curso de ciências Biológicas

No século XVIII o iluminismo foi um marco na história da humanidade, pois, foi nesta época que começaram os grandes avanços tecnológicos. Porém o avanço da tecnologia fez com que o homem se esquecesse de conhecer a si mesmo. Os animais continuaram sendo tratados  máquinas, pois se acreditava que eles existiam com o único propósito de servir ao homem. Durante a Segunda Guerra Mundial o homem passou a utilizar os animais como produção: tanto para alimentação, trabalho, vestuário, pesquisa, na indústria e no entretenimento. Neste momento houve certa preocupação com o bem-estar animal, termo este que ainda não havia sido inventado. 
O bem-estar animal veio a ser conhecido pelo mundo a partir do livro “Animal Machines” de Ruth Harrison em 1964. Este livro colaborou para a criação de comissões que visavam avaliar o bem-estar dos animais de produção e propor melhorias. Visão esta que era voltada apenas para o público, de como os animais deveriam ser tratados em cativeiro. Assim, apenas caracterizava o estado dos animais em cativeiro e após esta análise incrementavam o bem-estar quando sob a responsabilidade de humanos. Portanto, o bem-estar animal tem como base a funcionamento orgânico e a saúde dos animais. É importante lembrar que o termo “bem-estar” também se preocupa com a saúde mental dos animais. Então, fica claro que o bem-estar animal não respeita apenas à qualidade de vida dos animais, mas principalmente à percepção que eles têm dela.
A preocupação com o bem-estar dos animais levanta algumas questões a respeito da utilização destes para o entretenimento. O bem-estar animal é a área que sofre a maior diversidade de abusos contra os animais. A utilização de animais para o entretenimento gera sérios problemas, tanto para o bem-estar do animal em si quanto, em alguns casos, para a preservação da espécie. A indústria do entretenimento usa esses animais para uma grande variedade de funções, como: zoológicos, circos, caças, rinhas, touradas, rodeios e corridas. Os zoológicos foram criados, a princípio, como uma forma de expor os animais para a sociedade, sem nenhuma preocupação com a qualidade de vida desses animais e gerando uma deseducação ambiental nas gerações que viriam. Atualmente, os animais que vivem nos zoológicos ainda são expostos para a sociedade, porém, agora com a justificativa de preservar as espécies que ali vivem. No entanto, o ambiente de cativeiro é um fator limitante, que leva muitos animais a terem comportamentos anormais, pois, não proporcionam a eles as condições que encontrariam em seu habitat natural.
Nós formandos de biologia acreditamos que tendo em vista a dificuldade de se recriar o habitat natural destes animais em cativeiro e em razão disso muitos deles apresentam comportamentos anormais visíveis, esses lugares deveriam ser abolidos e esses animais remanejados para santuários, onde pudessem terminar seus dias com melhor dignidade e qualidade de vida. Porém, deve-se levar em conta que essa atitude demandaria de muito investimento e força de vontade das autoridades em criar leis de fiscalização para estes lugares. Então se torna mais viável a utilização do enriquecimento ambiental, pois, seria talvez a melhor forma de proporcionar um melhor bem-estar animal e diminuir ou amenizar o mal-estar animal.


O presente ensaio foi elaborado para disciplina de Biologia Econômica e Sanitária II. Baseando-se nas obras:

Animalmosaic. Animal para Entretenimento. Disponível em: > Acesso em: 26 de setembro de 2012.
Chalfun, M. Animais, manifestações culturais e entretenimento, lazer ou sofrimento? Disponível em: < http://www.abolicionismoanimal.org.br/artigos/animaismanifestaesculturaiseentretenimentolazerousofrimento.pdf>. Acesso em: 22 setembro de 2012.
 Fischer. Workshop em ética e bem-estar no uso de animais no entreterinemto. Disponível em: <http://etologia-no-dia-a-dia.blogspot.com.br/2012/09/workshop-em-etica-e-bem-estar-no-uso-de.html> Acesso em: 29 de setembro de 2012.
Harrison, R. “Animal Machines”. London: Stuart, 215p, 1964.
Ladeia, I. R. B. Zoológicos naturalísticos: a diversão do público aliada ao bem estar animal. Disponível em: Acesso em: 20 de setembro de 2012.
Sanders, A.; Feijó, A. G.S. Uma reflexão sobre animais selvagens cativos em zoológicos na sociedade atual. Revista Eletrônica da sociedade Rio-Grandense de Bioética, Porto Alegre, Vol. 1, Número 4, Jul. 2007.

Nenhum comentário:

Postar um comentário