quinta-feira, 17 de novembro de 2011

ARTs PARA A COLETA CIENTÍFICA DE MATERIAL BIOLÓGICO

POSICIONAMENTO DAS SOCIEDADES CIENTÍFICAS ABAIXO ASSINADAS, SOBRE A EXIGÊNCIA DE ANOTAÇÕES DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA (ARTs) PARA A COLETA CIENTÍFICA DE MATERIAL BIOLÓGICO

As Sociedades Científicas (Sociedade Brasileira de Zoologia, Sociedade Brasileira de Ornitologia, Sociedade Brasileira de Mastozoologia, Sociedade Brasileira para o Estudo de Quirópteros, Sociedade Brasileira de Ictiologia, Sociedade Brasileira de Herpetologia, Sociedade Brasileira de Primatologia), vem a público se manifestar contra a exigência por parte do Conselho Federal de Biologia (CFBio) de Anotações de Responsabilidade Técnica (ARTs) para a coleta científica de material biológico, conforme recomendado pelo Grupo de Trabalho de fauna (GT-fauna) do referido conselho em uma recente minuta.

Primeiramente, entendemos que, os órgãos ambientais estaduais e federais já exercem controle suficiente sobre a atividade de coleta científica de material biológico em território nacional, uma vez que a obtenção de licenças para esse fim já obedece a um rigoroso escrutínio da capacidade e formação técnica daqueles que pretendem exercer a atividade conforme previsto em lei (ver, por exemplo, as instruções normativas nos. 154/2007 e 160/2007 do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, disponíveis em http://www4.icmbio.gov.br/sisbio/index.php?id_menu=210).

Segundo, a exigência de ARTs para a coleta científica é análoga à exigência do mesmo documento para a prática de qualquer outra metodologia científica por parte de biólogos em atividades de pesquisa básica (como, por exemplo, a manipulação genética in vitro), o que constitui, do ponto de vista lógico, um verdadeiro absurdo ao burocratizar, de modo incomparável ao que ocorre em qualquer outro país com produção científica relevante em Biologia, o acesso de biólogos a metodologias de pesquisa consagradas, como é o caso da coleta científica de material biológico. O CFBio, nesse sentido, deve atentar para os possíveis impactos negativos da burocratização excessiva de suas normativas sobre a pesquisa básica exercida pelos seus afiliados, não criando um número cumulativo de exigências redundantes em relação à outras já existentes.

Terceiro, por se tratar de uma metodologia científica, o seu processo de aprendizado necessariamente envolve a participação de alunos de graduação, sem filiação a qualquer conselho profissional. Portanto, a exigência de ARTs para a coleta científica, a princípio, terá um efeito nefasto no processo de formação e qualificação de biólogos no estudo da biodiversidade brasileira. Não menos importante, vale a pena lembrar que a coleta científica de material biológico também é realizada por outros profissionais não biólogos (por exemplo, agrônomos, engenheiros florestais e veterinários), que também teriam dificuldades para se normatizar junto a um conselho de classe que não é seu de origem, ou, alternativamente, poderiam continuar a trabalhar sem o ônus da burocratização excessiva que passará a pesar somente sobre os biólogos.

Quarto, entendemos que os custos associados à ARTs para a coleta científica tornariam a atividade inviável economicamente em diversos contextos, onerando ainda mais projetos e mesmo o ensino de pesquisa básica em Biologia, com efeitos devastadores sobre a pesquisa em biodiversidade no Brasil. Ademais, é notória a morosidade com a qual as ARTs são emitidas em muitos dos Conselhos Regionais de Biologia (CRBios) do Brasil, o que teria também o verdadeiro efeito de obstruir o uso pleno da coleta científica por biólogos em suas atividades profissionais.

Quinto, as ARTs têm a sua justificativa apenas em atividades de seus afiliados que envolvam responsabilidade cível e criminal em relação à segurança e à saúde da pessoa física, análogo ao que ocorre em outros conselhos de classe (por exemplo, arquitetura, engenharia e agronomia). Portanto, atividades de coleta científica, são passíveis de tutela por uma ART em projetos ligados, por exemplo, ao licenciamento ambiental de empreendimentos (como já acontece), mas nunca em atividades de pesquisa básica, na qual o que se busca é um aprimoramento do conhecimento já existente, sem qualquer implicação ou responsabilidade cível e criminal à pessoa física. Cabe ressaltar, entretanto, que mesmo em projetos ligados a atividades de licenciamento, a exigência de ARTs específica para as coletas parece redundante, na medida que para esses processos já são emitidas hoje ARTs, que deveriam levar em conta a metodologia do referido processo.

Por fim, concluímos essa nota com uma manifestação geral de repúdio total e irrestrito à exigência por parte do CFBio de ARTs para a coleta científica em projetos de pesquisa básica, por entender que essa normatização representaria um verdadeiro “golpe de misericórdia” no uso desta metodologia ao burocratizar, onerar e obstruir a sua prática por biólogos, contribuindo de modo decisivo para a estagnação do estudo da biodiversidade brasileira.

Associações signatárias:

Sociedade Brasileira de Zoologia

Prof. Dr. Rodney Ramiro Cavichioli – Presidente

Sociedade Brasileira de Ornitologia

Profa. Dra. Cristina Yumi Miyaki – Presidente

Sociedade Brasileira de Mastozoologia

Dr. Paulo D'Andrea - Presidente

Sociedade Brasileira de Ictiologia

Prof. Dr. Claudio Oliveira - Presidente

Sociedade Brasileira de Estudos de Quirópteros

Prof. Dr. Ricardo Moratelli Mendonca da Rocha - Presidente

Sociedade Brasileira de Primatologia

Prof. Dr. Fernando de Camargo Passos - Presidente

Sociedade Brasileira de Herpetologia

Prof. Dr. Marcio Martins – Presidente

Instituições signatárias:

Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo

Prof. Dr. Carlos Eduardo Falavigna da Rocha

Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo

Prof. Dr. Hussam Zaher

Série Ferramentas de Comunicação Biologia Econômica e Sanitária: Espécies Exóticas Invasoras

Por: Aline Savi e Henrique Zeni

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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Série Ferramentas de Comunicação Biologia Econômica e Sanitária: Bem-Estar Animal

Por: Janaíne Rocha e Michele Borges

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domingo, 13 de novembro de 2011

Série Ferramentas de Comunicação Biologia Econômica e Sanitária: Bem-Estar Animal

Por: Andréa E. Cruz e Ludimila M. Souza


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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Série Ferramentas de Comunicação - Biologia Econômica e Sanitária

Pragas Urbanas:
Ratos

Por Ana Lucia da Costa e Juliana Zacarkin

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domingo, 6 de novembro de 2011

Série Ferramentas de Comunicação - Biologia Econômica e Sanitária
Pragas agrícolas x Agrotóxicos

Por Gerson J Faria e Tiago Caglian

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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Invertebrados como Indicadores Biológicos

Série Ensaios: Doutorando Fernando Willyan Trevisan Leivas


Naturalmente ao longo da história evolutiva da terra mudanças ambientais são comuns, no entanto, historicamente o homem tem causado alterações ambientais intensas ou mesmo acelerado processos de transformações naturais. Dentre as distintas áreas da Biologia da Conservação, está o uso de organismos sensíveis aos efeitos da perturbação ambiental que, de certa forma, possam revelar informações relevantes para a conservação da biota. A fim de avaliar a saúde da biota ou integridade ecológica da paisagem é utilizada a possibilidade da seleção de táxons (espécies ou grupo de espécies) que possam representar outros membros do sistema. Esses representantes são denominados como indicadores biológicos ou bioindicadores e as respostas obtidas por meio estes grupos, idealmente, podem extrapoladas para o resto de sistema. Como cada organismo pode variar de maneira distinta as perturbações ambientais (de acordo com o tipo, intensidade e persistência do impacto) os indicadores biológicos podem ser divididos em: indicadores ambientais (indicam o estado biótico ou abiótico de um ambiente), indicadores ecológicos (representam o impacto da mudança ambiental em um hábitat, comunidade ou ecossistema) e indicadores de biodiversidade (indicam a diversidade de um subconjunto taxonômico, ou de toda a diversidade, dentro de uma área). Para o uso efetivo de um organismo como bioindicador não basta apenas que o mesmo responda perante as perturbações ambientais. Requisitos como diversidade conveniente, taxonomia bem resolvida, informações sobre história natural, ciclo de vida curto, fidelidade de hábitat, sedentarismo relativo e pouco uso humano são, entre outros fatores, requeridos para que o táxon possa ser utilizado com bioindicador. Neste contexto, os invertebrados podem ser efetivos como bioindicadores. Em geral eles apresentam respostas demográficas e dispersivas mais rápidas do que grande parte dos vertebrados e plantas, e podem ser amostrados em maior quantidade e em escalas mais refinadas do que os organismos maiores. Os dados gerados podem avaliar diferenças entre habitas ou fisionomias (saúde do hábitat em meio aquático ou terrestre), quanto a intensidade de impacto no ambiente, a qualidade da prática de manejo (na recuperação de áreas degradadas ou em áreas agrícolas) ou ainda os efeitos da fragmentação no sistema. O grupo de invertebrados mais utilizados como indicadores biológicos são os artrópodes, particularmente os insetos. Na avaliação de ambientes em meio aquático, os macroinvertebrados podem ser divididos quanto a sua tolerância frente as alterações ambientais. Os táxons sensíveis ou intolerantes se referem aqueles que necessitam de elevadas concentrações de oxigênio dissolvido na água para que ocorram no ambiente (principalmente os Ephemeroptera, Trichoptera e Plecoptera). Os organismos tolerantes são aqueles que permanecem no sistema por apresentarem certa resistência às alterações no ambiente (alguns moluscos, Diptera, Heteroptera e Coleoptera aquáticos e Odonata). No grupo dos invertebrados resistentes podemos citar as larvas algumas espécies de Diptera (Chironomidae) e Oligochaeta (minhocas aquáticas). Os invertebrados terrestres são importantes no monitoramente de sistemas agrícolas, são excelentes indicadores de estruturação da biota em áreas fragmentadas ou em distintos estágios de recuperação, e também podem gerar informações sobre o equilíbrio do ecossistema em áreas com pouca intervenção humana. Entre os invertebrados terrestres mais utilizados como bioindicadores estão as borboletas (principalmente as frugívoras), os besouros (Carabidae, Scarabaeidae e Staphylinidae) e as formigas (cortadeiras e legionárias). Ainda existem muitas barreiras para o uso de invertebrados como indicadores biológicos, principalmente em áreas tropicais pela carência no conhecimento da biodiversidade. Outros impedimentos como o uso de métodos de amostragem não apropriados ao grupo foco, falta de robustez na análise dos dados, ausência de informações sobre os recursos ecológicos dos táxons, e pouca correlação entre os padrões observados com os requisitos ecológicos dos táxons fazem com que o estudo de invertebrados como indicadores biológicos ainda seja embrionário em regiões tropicais. Apesar do conhecimento pré-existente sobre possíveis táxons bioindicadores, deve-se levar em consideração que as espécies possuem distribuição heterogenia e resposta distintas ao longo do globo terrestre. Uma avaliação particular comparando resultados com os de uma área “controle” (mesma formação vegetacional, porém com vegetação primária ou com grau de preservação melhor que da área de estudo) pode levar a uma interpretação robusta de qual táxon está respondendo de maneira mais informativa as alterações sofridas no ambiente.

Para saber mais:

Brown, K. S. Jr. 1997. Diversity, disturbance, and sustainable use of Neotropical forests: insects as indicators for conservation monitoring. Journal of Insect Conservation, n. 1, pp. 25–42.

Freitas, A. V. R. B.; Francini & Brown, K. S. Jr. 2003. Insetos como indicadores ambientais. In: Cullen Jr.; Rudra, R. & Valladares-Pádua, C. (orgs.). Métodos de estudos em biologia da conservação e manejo da vida silvestre. Editora da UFPR, Fundação O Boticario de Proteção à Natureza, p. 125–151.

Freitas, A. V. L.; Leal, I. R.; Uehara-Prado, M. & Iannuzzi, L. 2006. Insetos como indicadores de conservação da paisagem. In: Rocha, C. F. D.; Bergalo, H. de G.; Sluys, M. V. & Alves, M. A. dos S. (eds). Biologia da Conservação: Essências. Editora Rima. São Carlos, Brasil, p. 357384.

Lewinsohn, Thomas M.; Freitas, A. V. L.; Prado, P. I. 2005 Conservação de invertebrados terrestres e seus habitats no Brasil. Megadiversidade, v. 1, n. 1, p. 6269.

sábado, 15 de outubro de 2011

ENTOMOLOGIA FORENSE: e sua relação com a Ecologia Urbana

Série Ensaios: Mestranda Maria Fernanda Caneparo

A entomologia forense consiste em um campo das ciências forenses no qual o conhecimento da biologia e ecologia de insetos, e outros artrópodes, é aplicado para solucionar problemas de cunho legal (CATTS & GOFF, 1992; GREDILHA & LIMA, 2007). Diptera (moscas), Coleoptera (besouros), Lepidoptera (mariposas e borboletas), Hymenoptera (vespas, abelhas e formigas), Isoptera (cupins), Blattaria (baratas), Thysanura (traças), Anoplura (pulgas) e outros artrópodes como o Acari (ácaros) e Diplopoda (piolhos de cobra) são os grupos de interesse forense (SMITH, 1987; OLIVEIRA-COSTA, 2011). O estudo dos insetos pode ser categorizado de três formas de acordo com Lord & Stevenson (1986):

URBANA – a presença de insetos em áreas externas e/ou internas de imóveis pode prejudicar a compra e venda destes ou danificar suas construções, incluindo ações cíveis. Baratas, mariposas e cupins são exemplos que se enquadram nessa categoria.

PRODUTOS ESTOCADOS – contaminação de insetos (usualmente besouros) em produtos estocados, como cereais, grão, farinhas, frutas secas, entre outros produtos.

MÉDICOLEGAL – os insetos podem ser utilizados para estimar o IPM (intervalo post mortem) e prover informações complementares relacionadas ao crime (LORD & STEVENSON, 1986; BENECKE & LESSIG, 2001; OLIVEIRA-COSTA, 2011).

A carcaça ou cadáver é um recurso nutricionalmente rico, porém efêmero, que atua como fonte alimentar e abrigo para uma entomofauna ampla e variada (HANSKI, 1986). Os insetos podem desempenhar papéis diferentes neste ambiente de acordo com seus comportamentos de alimentação e são classificados em quatro guildas ecológicas: necrófagos; parasitas e predadores; onívoros; e acidentais (HANSKI, 1986; OLIVEIRA-COSTA, 2011; VILLET, 2011). Os necrófagos utilizam a matéria orgânica em decomposição como fonte proteica (OLIVEIRA-COSTA, 2011). Os parasitas usufruem da entomofauna cadavérica, da qual retiram os meios para o seu próprio desenvolvimento, já os predadores alimentam-se do corpo do inseto em si – de formas adultas e/ou imaturas (HANSKI, 1986; VILLET, 2011). Os onívoros são insetos com uma dieta ampla, alimentam-se tanto dos corpos quanto da fauna associada (HANSKI, 1986; OLIVEIRA-COSTA, 2011). E os insetos acidentais são os que se encontram ao acaso no cadáver, sua presença pode ser explicada pela frequência em que são encontrados naturalmente em determinadas regiões (OLIVEIRA-COSTA, 2011). O primeiro relato da literatura sobre a utilização de insetos como instrumento forense foi num livro chinês escrito por Sung Tz’u, em 1235. Essa obra relata que ocorreu um assassinato em um vilarejo chinês e o culpado foi revelado por sua ferramenta de trabalho conter resquícios de sangue, atraindo muitas moscas (CATTS & GOFF, 1992; BENECKE, 2001; OLIVEIRA-COSTA, 2011; PUJOL-LUZ et al. 2008). A partir de 1850 surgiram as primeiras pesquisas efetivas na área forense especialmente na França e Alemanha, sendo que esta se tornou mundialmente conhecida em 1984, através do livro sobre a fauna cadavérica de Mégnin, “La faune des cadavres” (BENECKE, 2001; OLIVEIRA-COSTA, 2011). O conceito rapidamente se espalhou pela América do Norte, que juntamente com a Europa Central, começaram a produzir estudos mais profundos relacionados à entomologia forense (BENECKE, 2001). No Brasil, os primeiros a abordar o tema foram Edgard Roquette-Pinto e Oscar Freire em 1908 (PUJOL-LUZ et al., 2008), sendo que recentemente houve um maior enfoque dos pesquisadores brasileiros em decomposição, sucessão entomológica e fauna cadavérica (MONTEIRO-FILHO & PENEREIRO, 1987; SOUZA & LINHARES, 1997; MOURA et al. 1997, 2005; CARVALHO et al. 2000, 2004; CARVALHO & LINHARES, 2001; MOURA, 2004; GOMES & VONZUBEN, 2005; GOMES et al. 2006; MISE et al. 2007, 2010; SOUZA et al. 2008; CARVALHO & MELLO-PATIU, 2008; ALMEIDA & MISE, 2009). O conhecimento adquirido sobre biologia, ecologia e taxonomia de insetos somados aos avanços gerais na tecnologia culminaram em relações estreitas entre a polícia investigativa e a entomologia forense, especialmente nas últimas décadas. Tal fato estimula o interesse nessa área, tanto por parte dos pesquisadores, médicos legistas e peritos, quanto por parte da população geral e produtores “hollywoodianos” ou de séries de tv.

REFERÊNCIAS E BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

ALMEIDA, L. M. & MISE, K. M. 2009. Diagnosis and key of the main families and species of South American Coleoptera of forensic importance. Revista Brasileira de Entomologia 53: 227-244.

BENECKE, M. 2001. A brief history of forensic entomology. Forensic Science International 120: 2-14.

BENECKE, M. & LESSIG, R. 2001. Child neglect and forensic entomology. Forensic Science International 120: 155-159.

CARVALHO, C. J. B. & MELLO-PATIU, C. A. 2008. Key to the adults of the most common forensic species of Diptera in South America. Revista Brasileira de Entomologia. 52(3): 390-406.

CATTS, E. P. & GOFF, M. L. 1992. Forensic entomology in criminal investigations. Annual Review of Entomology 27: 253–272.

GOMES, L. & VON ZUBEN, C. J. 2005. Study of the combined radial post-feeding dispersion of the blowflies Chrysomya megacephala (Fabricius) and C. albiceps (Wiedemann) (Diptera, Calliphoridae). Revista Brasileira de Entomologia. 49(3): 415-420.

GOMES, L; GOMES, G; OLIVEIRA, H. G. O; SANCHES, M. R. & VON ZUBEN, C. J. 2006. Influence of photoperiod on body weight and depth of burrowing in larvae of Chrysomya megacephala (Fabricius) (Diptera, Calliphoridae) and implications for forensic entomology. Revista Brasileira de Entomologia 50: 76-79.

GREDILHA, R. & LIMA, A. F. 2007. First record of Necrobia rufipes (De Geer, 1775) (Coleoptera; Cleridae) associated with pet food in Brazil. Brazillian Journal of biology 67(1): 187.

HANSKI, I. 1986. Nutritional ecology of dung and carrion feeding insects. In: SLANSKY, F. & J. G. RODRIGUEZ (Ed.). 1986. Nutrional ecology of insects, mites and spiders. New York: Jonh Wiley.

LORD, W. D. & STEVENSON, J. R. 1986. Directory of forensic entomologists, 2nd. Ed. Def. Pest Mgmt. Info. Anal. Center, Walter Reed Army Medical Center, Washington, D.C. 42 p.

MISE, K. M; ALMEIDA, L. M. & MOURA, M. O. 2007. Levantamento da fauna de Coleoptera que habita a carcaça de Sus scrofa L., em Curitiba, Paraná. Revista Brasileira de Entomologia. 51(3): 358-368.

MISE, K. M; SOUZA, A. S. B; CAMPOS, C. M; KEPPLER, R. L. F. & ALMEIDA, L. A. 2010. Coleoptera associated with pig carcass exposed in a forest reserve, Manaus, Amazonas, Brazil. Biota Neotropica 10: 321-324.

MONTEIRO-FILHO, E. L. A. & PENEREIRO, J. L. 1987. Estudo de decomposição e sucessão sobre uma carcaça animal numa área do estado de São Paulo, Brasil. Revista Brasileira de Biologia 47: 289-295.

MOURA, M. O; CARVALHO, C. J. B. & MONTEIRO-FILHO, E. L. A. 1997. A preliminary analysis of insects of medico-legal importance en Curitiba, State of Paraná. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz 92: 269-274.

MOURA, M. O. 2004. Variação espacial como mecanismo promotor da coexistência em comunidade de insetos necrófagos. Revista Brasileira de Zoologia 21: 409–419.

MOURA, M. O; MONTEIRO-FILHO, E. L. A. & CARVALHO, C. J. B. 2005. Heterotrophic Succession in Carrion Arthropod Assemblages. Brazilian Archives of Biology and Technology 48(3): 473-482.

OLIVEIRA-COSTA, J. 2011. Entomologia forense: quando os insetos são vestígios. Campinas. Ed. Millennium. 3ª ed.

PUJOL-LUZ, J.R; ARANTES, L. C. & CONSTANTINO, R. 2008. Cem anos de Entomologia Forense no Brasil (1908-2008). Revista Brasileira de Entomologia 52(4): 485-492.

SMITH, K. 1987. A Manual of Forensic Entomology. Cornell University Press.

SOUZA, A.M. & LINHARES, A.X. 1997. Diptera and Coleoptera of potential forensic importance in southeastern Brazil: relative abundance and seasonality. Medicine and Veterinary Entomology 11(1): 8-12.

SOUZA, A.S.B., KIRST, F.D. & KRÜGER, R.F. 2008. Insects of forensic importance from Rio Grande do Sul State in southern Brazil. Revista Brasileira de Entomologia 52(4): 641-646.

VILLET, M. H. 2011. African Carrion Ecossistems and relation to Foresnsic Entomology.Pest Technology.Global Science Books (5). 1- 15p.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Animais problemas – Quem é o Problema?




Mestranda Lays Cherobim Parolin

Com o crescimento da população mundial e eventual aumento das áreas usadas para moradia, agricultura, pecuária e indústria, o homem tem estado cada vez mais em contato com animais silvestres. Contradição? Não! Esta proximidade que trato não é a sentimental, o vínculo afetivo. Mas sim a proximidade física com diversos grupos, que tem seu hábitat destruído ou severamente diminuído. Este estreitamento trouxe consigo uma série de doenças transmissíveis também ao homem, como a Leishmaniose, Toxoplasmose, Raiva, Leptospirose, Febre maculosa, entre muitas outras (Zoonoses e doenças emergentes). A raiva, apesar de ser associada principalmente aos morcegos hematófagos, pode ser transmitida por todos os mamíferos (Mapa da Raiva no Brasil).

O problema da proximidade dos animais com os humanos traz a tona também a questão dos animais sinantrópicos (aqueles que utilizam as habitações humanas como abrigo e fonte de alimento), que geram sujeira, desconforto, medo e na grande maioria dos casos, não se sabem como realizar o manejo, como por exemplo, as pombas (Pombal Londrina). Além delas, podem-se destacar os ratos, os morcegos (olha eles aí de novo!), gambás e até alguns primatas. No caso de ratos silvestres, a conhecida “ratada” (grande número de roedores se alimento das sementes de taquara, na época da seca da taquara, fato corrente de 30 em 30 anos) traz uma série de problemas traz consigo a possibilidade de muitas doenças, como a Hantavirose (Florescimento taquara) Além disso, as frequentes enchentes pelo país também trazem animais que não faziam parte do convívio humano, como as cobras (Enchentes cuidados). No caso das peçonhentas, a população ainda não sabe como proceder, ou ainda os centros de saúde não estão devidamente equipados para estas situações.

Mas não para por aí. Outras espécies silvestres entram em contato o ser humano, sejam nas áreas rurais ou urbanas, causam problemas. Exemplos não faltam, como no caso dos ursos-pardos na América do Norte, Europa e Ásia. A espécie é tratada como um problema, já que invade as cidades e casas em busca de alimento (Human impact on a brown bear population (Ursus arctos L.). Exemplos brasileiros também são muitos, como macacos que roubam comidas nas casas, tamanduás em jardins, onças que atacam o gado, gatos e cachorros-do-mato nos galinheiros, ou que mesmo adentram as cidades, como se tem visto nos noticiários (Animais selvagens na cidade). Como vemos, apesar do número crescente de casos como estes, a população não sabe como agir, causando grande stress no animal, podendo ocasionar injúrias ou até a morte. Isto se repete em diversas localidades do país, já que não se sabe como manejar estes animais ou como proteger a população de possíveis doenças.

E a pergunta que não quer calar, culpa de quem? Quem é o problema? Os animais não-humanos que tem seu ambiente cada dia mais reduzido e empobrecido, pressionado pela expansão dos animais-humanos? Ou nós, os homens, seres racionais, “superiores”, que estamos trazendo isto para nós? Acredito que esta questão seja de fácil resposta.