sexta-feira, 6 de maio de 2011

Reutilizar, reciclar ou só descartar?

André Luiz Kazmierczak*

Janaíne Rocha*

Jean Carlos Kunze*

Rosimeri Sabim Batista*

Acadêmicos do Curso de Ciências Biológicas – Disciplina Biologia Econômica e Sanitária

O consumo consciente é aquele em que o consumidor tem consciência sobre a origem e destinação do produto que consome e também dos impactos causados por sua fabricação e por sua destinação incorreta, e por conhecer tais informações toma as atitudes corretas em relação à destinação dos resíduos resultantes de seu consumo.

A equipe fez uma análise do artigo de consumo consciente sobre o comportamento de consumo de alunos universitários, o qual teve como objetivos avaliar as percepções sobre as estratégias de marketing verde das empresas e o reflexo destas na compra do produto e se o público é capaz de pagar mais caro por produtos ambientalmente corretos; quais são os principais fatores que influenciam na decisão de compra e identificar se as universidades estão incentivando a prática de consumo consciente.

Através da análise do artigo foi possível perceber que as empresas, em sua maioria ainda se mostram resistentes a qualquer tipo de mudança que venha trazer uma produção mais limpa e sustentável, muitas ainda se sentem obrigadas a cumprir a legislação ambiental, para evitar penalidades. Outras empresas enxergam neste contexto uma oportunidade de diferenciação e se preocupam em adequar suas atividades e seus produtos as tendências de consumo. Porém algumas empresas utilizam este selo verde em seus produtos apenas como argumento de venda e como artifício para mascarar os impactos que a fabricação de seus produtos causam na natureza. Um exemplo de empresa que faz tal pratica é a CHAMEX, que utiliza o eucalipto para produzir papel, e garante em suas embalagens que todo seu papel vem de áreas de reflorestamento, porém reflorestamento com espécies exóticas invasoras, portanto será que todas as empresas que utilizam selos verdes realmente estão preocupadas em amenizar os impactos causados que causam ou apenas querem algo que lhes ajudem a vender mais devido a moda da sustentabilidade?

Para enriquecer mais o conteúdo do trabalho os autores confrontaram as informações encontradas com as informações dos especialistas nos temas: marketing verde e gestão ambiental.

A pesquisa de campo do artigo analisado foi aplicada com trezentos estudantes universitários dos cursos de Administração de três Instituições de ensino Superior. A primeira pergunta referia aos critérios aos critérios adotados na escolha dos produtos. A maioria dos entrevistados, afirmaram que a qualidade é o principal fator, seguido do preço. As certificações ambientais foram relativos apenas a 1% das respostas, no entanto demonstraram algum conhecimento sobre o significado da definição “produto ambientalmente correto”, sendo que para 42% dos estudantes o termo significa que a empresa cumpre a legislação ambiental. Esta percepção, simplesmente associada aos critérios governamentais, de certa forma, entende que apenas o cumprimento da legislação é o suficiente para garantir a sustentabilidade de uma empresa e produto. Este equívoco de interpretação exime os consumidores de sua responsabilidade exclusivamente ao governo. Isto é muito comum em nossa sociedade, onde todos dizem se preocupar muito com os problemas da sociedade, mas poucos ou quase nenhum realmente toma uma atitude construtiva ou realmente procura se informar ou investigar o problema mais a fundo.

A maioria dos estudantes identificava o produto como ambientalmente correto, através da certificação ambiental. Este resultado confirma que estes estudantes têm conhecimento das certificações, porém não levam em consideração em seus atos de compra. Os estudantes não estão dispostos a pagar mais caro pelo fato do produto ser ambientalmente correto, apenas de vez em quando ou dependendo da ocasião pagam um valor maior pelo produto verde, ou seja, esta atitude não está incorporada no dia-a-dia destes estudantes. Percebe-se então que estes estudantes não botam em pratica as ações em prol da sustentabilidade, mesmo conhecendo-as, esta atitude egoísta de saber o que fazer, mas optar por não faze-lo mostra que o que realmente importa na hora do consumo para a grande maioria dos pesquisados não é a origem do produtos a ser consumido mas sim o valor do produto em questão.

A maioria dos estudantes entendem que as ações ambientais é uma forma de passar uma imagem correta para os clientes, e 24% deles acreditam que é uma estratégia para vender mais. É possível interpretar que na percepção deste público as atitudes ambientais das empresas são formas de posicionamento de mercado frente a seus clientes, para maioria deles, estas atitudes não significam dizer que estas empresas realmente se preocupam com o meio ambiente. Cerca de 24% dos estudantes afirmaram que nunca foram estimulados a observar o comportamento ambiental das empresas e a maioria disse que isso raramente acontece, esta falta de interesse demonstra que os consumidores priorizam o custo que o produto tem para seu próprio bolso e não o custo que sua produção teve para o planeta.

Cerca de 38% dos estudantes disseram que nunca foram estimulados a consumirem produtos oriundos de empresas ambientalmente corretas e a maioria disse que raramente este tipo de incentivo acontece em suas universidades. Isso comprova que as universidades não incentivam seus estudantes a desenvolverem suas percepções no que diz respeito a questões ambientais, porém isto não justifica o fato da grande maioria não buscar informações sobre o assunto.

Por fim, 83% dos alunos disseram que reduziriam o nível de consumo em prol da preservação ambiental, Tal atitude contraria o atual comportamento adotado por estes estudantes, manifestado nas pesquisas anteriores, logo podemos presumir que estes pesquisados que dizem ter intenção de reduzir seu consumo, colocam esta intenção como algo a se fazer em um futuro, mesmo que próximo, mas não o fazem no presente. Durante a pesquisa foi solicitado ao público exemplos de empresas entendidas por eles como ambientalmente corretas, do universo de 300 estudantes pesquisados, apenas 130 citaram nomes de empresas que para eles são exemplo de sustentabilidade. O número de empresas lembradas é baixo em relação ao numero de pesquisados, isto mostra que a maioria dos participantes da pesquisa não tem interesse ou não liga para este enfoque no marketing dos produtos. Certamente as empresas lembradas possuem um apelo de mídia muito relacionado ao meio ambiente, colocando seus produtos como algo que foi retirado da natureza sem danos e na maioria dos casos como se fosse algo refinado da natureza, como se a natureza fosse melhorada para depois ser comercializada.

Nota-se que é necessária a união de empresas, sociedade e instituições de Ensino para conscientização coletiva para sustentabilidade.

Nós graduandos do curso de Ciências Biológicas sabemos que ao usar garrafas plásticas, por exemplo, para beber água contribuímos para um grande impacto ambiental, porém ainda existem muitas pessoas leigas, que não se atentam a essas conseqüências. Confrontam-se com seu uso indevido, impactos ambientais diretos e indiretos, bem como os impactos pós consumo.

Economicamente não se torna viável a produção de garrafas plásticas, pois desde o seu ciclo de vida, que seria a produção desse material, em que se inicia com a extração de petróleo (recurso natural não renovável), além de outras matérias primas, acabam afetando o meio ambiente e favorecendo aos impactos ambientais diretos. Podemos contabilizar os impactos indiretos, como a emissão de CO² na atmosfera durante o seu transporte. Essa emissão contribui no aumento do Aquecimento Global. Uma pessoa ao comprar uma garrafa de água, não paga todo o valor que ela teve durante o processo, afinal, como se paga ou se recupera os impactos por ela cometidos? Na verdade esse problema vem sendo causado pelo descarte indevido, na não separação adequada desse lixo. Nos aterros sanitários, elas demoram mais de 100 anos para se decompor, afetando também toda a fauna e flora do meio em que são descartadas. Sem falar que encontramos esse material em rios e bueiros, que aumentam a contaminação da água e podem causar enchentes.Quando há a reciclagem das garrafas plásticas, também acontecem impactos ocasionados pelos recursos que serão utilizados para esse processo, considerando que menos de 50% são recicladas. Existem muitas medidas para o consumo consciente, mas o governo não se atenta em divulgar isso em rede nacional de televisão ou até mesmo outras medidas como a educação ambiental nas escolas, projetos em cidades. A população não tem consciência desse fato, normalmente nem sabem em qual lixeira se deve descartar o produto, se esta não esta devidamente sinalizada. Ao comprar uma garrafa de água nem imaginam a conseqüência deste ato.

As vantagens e a praticidade que envolve o consumo de água engarrafada fazem com que a demanda deste produto tenha aumentado no Brasil e no Mundo, sendo o Brasil o terceiro maior consumidor mundial. Porém, os danos ambientais deste aumento de consumo são grandes e vão desde as fontes e lençóis onde pode ocorrer retirada excessiva de água até as garrafas PET. No Brasil existe uma legislação rigorosa sobre a extração e comercialização de água mineral, porém o que ocorre muito comumente em nosso país é que as leis existem, porém a fiscalização e o cumprimento destas leis nem sempre se tornam realidade, existem algumas empresas “de fundo de quintal” que comercializam água sem tomar as providencias legais para isso, causando na grande maioria dos casos impacto ambiental nas fontes e repassando água sem garantia de pureza e com risco de estar contaminada. As garrafas PET necessitam de plástico derivado do petróleo, que é uma fonte de energia não renovável, para sua fabricação e em seu processo de fabricação há emissão de gases poluentes além dos gastos energéticos que envolvem todo o processo de fabricação. O acumulo de garrafas PET é um grande agravante nas enchentes nas cidades, além de aumentar a quantidade de resíduos em lixões e causar grandes e variados impactos quando jogado no meio ambiente. As garrafas PET são 100% recicláveis e sua reciclagem ou reutilização contribui para a diminuição de lançamento de gases poluentes na atmosfera, diminuem o uso de petróleo e principalmente contribuem para a diminuição de lixo descartado no ambiente.

Realizamos uma pesquisa para verificar a atitude de estudantes universitários a respeito do tema. Ao total foram entrevistados 27 alunos do Curso de Publicidade e Propaganda com o intuito de levantar dados em relação ao uso de garrafas plásticas. Dentro das questões destacamos como se dá o descarte das mesmas, bem como quanto tempo ocorre à reutilização de uma garrafinha, quais os critérios que o aluno considera relevante para a troca da mesma, e se até mesmo ele conhece outros meios de utilização das garrafas plásticas, quais as finalidades da reciclagem, por exemplo, como artesanatos e outros fins.

Quando questionados sobre o que faziam com as garrafas PET após sua utilização as respostas seu dividiram em basicamente duas das alternativas oferecidas, aproximadamente 28% do publico afirmou que reutiliza garrafas PET para beber água, reenchendo-as após seu uso e cerca de 30% afirmou descarta-las nas lixeiras apropriadas. Percebemos então que existe uma quantidade relativamente igual de pessoas que tomam atitudes diferentes, porém ambas estas atitudes são benéficas ao meio ambiente.

Ao serem questionados quanto a proporção de garrafas consumidas em relação ao número de garrafas utilizadas maioria - cerca de 29% r- espondeu que reutiliza 1 a cada 6 ou mais garrafas consumidas, mostrando que a proporção de garrafas reutilizadas é baixa, porém ao analisar esta questão devemos considerar que o destino das demais garrafas consumidas não é citado em nenhuma alternativa.

Quando questionados sobre o tempo de reutilização da garrafa cerca de 40% afirmou que reutiliza as garrafas por um período maior que duas semanas, mostrando que a reutilização das garrafas não acontece por um período tão curto como nas alternativas oferecidas.

Aproximadamente 45% dos entrevistados usam como critério de descarte das garrafas após reutilização o desgaste visual (garrafa amassada, suja, sem rotulo...), isto mostra o quanto pode variar o tempo de reutilização da garrafa de acordo com os cuidados que a pessoa tome com ela.

Sobre alternativas de utilizações para as garrafas Pet a grande maioria (48%) respondeu conhecer o artesanato como uma maneira de reutilização após o uso, mostrando conhecimento de alguém que faça ou de algum produto que já tenha visto em algum lugar feito de PET.

Após a reutilização ou consumo cerca de 78% dos entrevistados afirma jogar as garrafas na lixeira apropriadas quando disponíveis e junto com os recicláveis em casa. Isso mostra que os que reutilizam a garrafa PET têm consciência sobre a destinação correta da mesma.

Quando questionados se sabiam qual era a cor da lixeira de descarte do plástico apenas 48% dos entrevistados acertaram a pergunta, mostrando que o restante dos pesquisados não se atem a estas informações visuais ou não tem conhecimento sobre a destinação correta.

Na questão 8 do questionário foi perguntado aos entrevistados em relação ao seu ponto de vista quais as vantagens que a reciclagem de garrafas PET pode trazer pra si mesmo, o meio ambiente e a sociedade. Conforme as respostas dessa questão:

Evita o desgaste do meio ambiente, diminui a poluição de rios, assim ocorrem menos enchentes, diminui os impactos que a decomposição desse material pode ocasionar e reciclando além de diminuir a quantidade do material no meio ambiente acaba gerando empregos. Percebemos, então, que a maioria dos estudantes que participaram da pesquisa possui certa consciência sobre a importância reutilização e destinação correta do lixo produzido por elas, e tem conhecimento sobre os benefícios que tais práticas têm para o meio ambiente e para o planeta.

O presente ensaio foi elaborado para disciplina de Ecologia Urbana e teve como base o artigo: CONSUMO CONSCIENTE œ A INFLUÂNCIA DO MARKETING. VERDE NA DECISÀO DE COMPRA DOS ESTUDANTES. UNIVERSITÊRIOS DE FORTALEZA/CE. http://www.ethos.org.br/_Uniethos/Documents/CONSUMO%20CONSCIENTE%20-%20A%20INFLU%C3%8ANCIA%20DO%20MARKETING%20VERDE%20NA%20DECIS%C3%83O%20DE%20COMPRA%20DOS%20ESTUDANTES%20UNIVERSIT%C3%81RIOS%20DE%20FORTALEZA_CE..pdf

Sugestão de VÍDEOS:

O vídeo disponível no endereço http://www.youtube.com/watch?v=fmDO_-XjA5c aborda se as garrafas de água são realmente necessárias e tem como objetivo promover a conscientização para os impactos ao meio ambiente causados pelo consumismo humano.


O vídeo disponível no endereço http://www.youtube.com/watch?v=MjHPbhoO_cU aborda uma campanha publicitária para televisão e rádio na cidade de São Paulo sobre o consumo de água engarrafada e suas conseqüências que pode levar a morte.


O vídeo disponível no endereço http://www.youtube.com/watch?v=ZH68d69fcQA&feature=related aborda uma campanha publicitária para televisão e rádio na cidade de São Paulo sobre garrafas de água que não fazem parte da natureza.


O vídeo disponível no endereço http://www.youtube.com/watch?v=8st6UlBnrB8 aborda a história de uma garrafa plástica, de como é constituída e os possíveis impactos ambientais que pode causar à natureza.


O vídeo disponível no endereço http://www.youtube.com/watch?v=dvqunXrHUao&feature=related aborda uma reportagem publicitária sobre a produção de água engarrafada, trazendo aos telespectadores a verdadeira realidade da água consumida em garrafas.


Outras sugestões:

http://www.selecoes.com.br/agua-mineral-de-garrafa-os-perigos-da contaminacao - acessado em 27 de março de 2011.

http://ecoviagem.uol.com.br/noticias/ambiente/agressoes-ambientais/o-custo ambiental-da-agua-engarrafada-7018.asp – acessado em 27 de março de 2011.

http://consultorwellness.no.sapo.pt/engarrafada.html - acessado em 02 de abril de 2011.

http://www.wateryear2003.org/en/ev.php-URL_ID=5678&URL_DO=DO_TOPIC&URL_SECTION=201.html – acessado em 02 de abril de 2011.

http://www.colunazero.com.br/2010/03/historia-da-agua-engarrafada.html - acessado em 02 de abril de 2011.

http://www.youtube.com/watch?v=fmDO_-XjA5c – acessado em 12 de março de 2011.

http://www.youtube.com/watch?v=MjHPbhoO_cU – acessado em 12 de março de 2011.

http://www.youtube.com/watch?v=ZH68d69fcQA&feature=related – acessado em 12 de março de 2011.

http://www.youtube.com/watch?v=8st6UlBnrB8 – acessado em 12 de março de 2011.

http://www.youtube.com/watch?v=dvqunXrHUao&feature=related – acessado em 12 de março de 2011.

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