sexta-feira, 6 de maio de 2011

MEIO AMBIENTE E ECONOMIA: ALIADOS OU RIVAIS?


ANA LÚCIA DA COSTA*

JULIANA ZACARKIN*

LENON DE OLIVEIRA ARAÚJO*

Acadêmicos do Curso de Ciências Biológicas da PUC-PR

ensaio apresentado à Disciplina de Biologia Econômica e Sanitária

Ao longo da história percebemos que a ecologia sempre foi considerada secundária à economia. Os economistas clássicos reconheciam o fator natureza, mas não manifestavam preocupações a possíveis impactos. Já com a escola neoclássica, alimentada pela industrialização, acredita-se que a economia é auto-suficiente cabendo ao meio ambiente fornecer recursos e assimilar resíduos. Além disso, a falta de insumos não seria um fator limitante para a economia, pois se considerava os recursos como substituíveis por tecnologia, sendo primordial apenas o capital.

No final da década de 1960, a previsão da perda de bem-estar e uma catástrofe ecológica fizeram com que as questões ambientais fossem tratadas com maior cautela. Entretanto, a intenção não era a proteção ou a conservação do meio ambiente, mas sim o bem-estar da população e o lucro envolvido. A partir disso, os recursos passam a ser privatizados para que houvesse um equilíbrio teórico entre sua utilização e impactos (e.g. desperdícios e poluição).

Em paralelo à economia ambiental, surgiu a economia ecológica que colocou a economia como submissa ao meio ambiente, buscando compreender as interações que ocorrem entre os dois. Essa corrente de pensamento visa a sustentabilidade e a manutenção das oportunidades das gerações futuras.

Nós, acadêmicos do curso de Ciências Biológicas, percebemos que mesmo com o crescimento das preocupações com o meio ambiente, a sociedade não prioriza essas questões, sendo defendidas por grupos isolados e não sendo prioridade para as potências econômicas que continuam visando o lucro. A sustentabilidade é encarada como um empecilho ao desenvolvimento tecnológico e econômico, visto que a comodidade da sociedade prevalece sobre a necessidade de conservação.

Atualmente, a “tendência sustentável” é bem aceita e admirada pela sociedade como um meio de fuga de suas verdadeiras responsabilidades. Compra-se um produto devido a sua propaganda sustentável sem averiguar se sua procedência é coerente com o apresentado. Esse comportamento pode ser considerado como “amortecedor de consciência”, acreditando que apenas dessa forma está contribuindo com o meio ambiente.

Ao nível mundial, como um exemplo marcante podemos citar os EUA, que pelo fato de ser responsável por grande parte da economia mundial acredita-se isento de responsabilidade nas questões ambientais, utilizando recursos de forma ilimitada, inclusive arcando financeiramente com os impactos gerados de forma que seu capital compense os seus excessos.

Ao entrarmos em contato com a realidade da Engenharia Ambiental através da visão de um docente e de uma acadêmica, constatamos que sua reflexão ecológica tem enfoque na sustentabilidade, visando o bem-estar do homem, diferente do que buscamos como futuros biólogos, que é a conservação do meio ambiente como um todo.

Para nós é evidente que são preocupações totalmente diferentes, mesmo estando voltadas a uma mesma realidade: a conservação do planeta. Através da investigação realizada, percebemos que na Engenharia Ambiental o foco está na qualidade de vida do ser humano, buscando a sustentabilidade em sua atividade empresarial, ou seja, no modo como o ser humano pode explorar determinados recursos e obter lucro, colocando a preservação de todas as comunidades biológicas em segundo plano em relação aos fatores econômicos. Até mesmo na análise do currículo do curso, é notável a quantidade de disciplinas voltadas ao meio ambiente e sua conservação, mas trazendo sempre a qualidade social ligada ao desenvolvimento sustentável, novamente focando na elevação da qualidade de vida do ser humano.

Esse ensaio foi baseado no artigo cientifico: SANTOS, Luan; SANTOS, Thauan & CARVALHO, J. L. Felicio. Meio Ambiente e Ecologia na História do Pensamento Econômico: Contribuições para o Campo da Gestão Ambiental. Disponível em: < http://www.aedb.br/seget/artigos10/157_LuanThauanZeca_SEGeT_2010.pdf >.

SUGESTÃO DE VÍDEOS RELACIONADOS AO TEMA:

· Palestra do economista Hugo Penteado, sobre o futuro da economia. Novembro, 2010. - http://www.youtube.com/watch?v=RfFnSp4fa94


· Entrevista com o doutor em Economia Ambiental, Daniel Thá. Sobre ecodesenvolvimento. - http://www.youtube.com/watch?v=IVqdzb_IDxQ


· Animação sobre o “crescimento insustentável” - http://www.youtube.com/watch?v=Av4h0BYkVNk&feature=fvst


· Reportagem que mostra o destino que diversos resíduos pode tomar hoje em dia - http://www.youtube.com/watch?v=Efsrc6Qza3Y

· Vídeo publicitário que foca no desenvolvimento sustentável aliado ao desenvolvimento empresarial - http://www.youtube.com/watch?v=S2QAmfUMsXw


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