domingo, 11 de novembro de 2012

Pragas urbanas: animais a solta!


Série Ensaios: Ecologia Urbana


Por Ana Laura Diniz Furlan e Aricsson Claydsson Quiles dos Santos

Acadêmicos do Curso de Ciências Biológicas


Desde os tempos remotos os seres humanos são acompanhados de perto pelas pragas urbanas, e isso implica sérios danos, tais como diferentes tipos de patologias. Estes podem ser espécies de ratos, moscas, baratas, primatas, aracnídeos entre outros, que vivem em contato com o homem. O crescimento demográfico e as atividades humanas como: desmatamento, agricultura, e a urbanização, levam a uma usurpação crescente do habitar dos animais selvagens. Um fator que favorece o sucesso desses animais é a inexistência de predadores naturais na região, como felinos, gaviões, jiboias entre outros; conseguindo assim, se adaptar em áreas desmatadas e urbanizadas. Temos como uma das espécies que está com um dos maiores índice de ocorrências, o Saguis. Primatas carismáticos, atraentes e possuem grande apelo ao público, especialmente por suas características sociais e sua marcante semelhança humana. Nativos do Nordeste, introduzidos pelo homem no Sudeste e Sul do Brasil. Vivem em média 10 anos na natureza, alcançando maturidade sexual aos 3 anos, alimentando-se na natureza de insetos, pequenos mamíferos, aves, lesmas, ovos, dentre outros.  As ditas pragas urbanas, na sua maioria, espécies introduzidas pelo homem, para serem utilizadas das mais diversas formas. Atualmente muito se fala, sobre como prevenir esse mal tão bem adaptado nas cidades, ou meios urbanos. Porém a conscientização que deveria estar aliado com procedimentos mais radicais em muitos casos ainda não existe. Sabemos que se alimentarmos animais em praças, ou até mesmo com as migalhas, a probabilidade desse animal voltar para buscar mais comida, ou abrigo é imensa. Ainda sim continuamos a alimentá-los.

DENTRE AS AÇÕES NECESSÁRIAS PARA A PREVENÇÃO DO DESLOCAMENTO DE PRAGAS PARA AS ÁREAS URBANAS, PODEMOS CITAR:

 ü  Não amontoar lixo ou materiais em desuso;

ü  Manter alimentos em locais fechados;

ü  Vistoriar depósitos/locais onde alimentos são armazenados periodicamente, mantendo o local sempre limpo;

ü  Ao detectar a presença de qualquer espécie é importante acionar uma equipe especializada em controlar pragas e vetores para que o local seja inspecionado.

 No Brasil, as informações relacionadas ao tema “Pragas Urbanas” são, ainda, insuficientes. Para mudar essa situação, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) (responsável pelo controle), vem desenvolvendo um amplo e exaustivo trabalho relacionado às espécies exóticas invasoras, tendo como principal objetivo, o desenvolvimento de estratégias para o controle das espécies exóticas invasoras. Em 2010, foram registradas 330 espécies invasoras no Brasil, (terrestres e aquáticas), das quais 180 animais - com predomínio de peixes (60) e mamíferos (18) - e 146 vegetais. Nós formandos da Biologia acreditamos que, pragas urbanas migram para as zonas urbanas buscando alimentação e abrigo, o que é proporcionado pelo próprio ser humano, quando esses mantêm ambientes sujos e lixos depositados de maneira inadequada, o que poderia ser evitado com medidas conscientes, ocasionando assim, a baixa ocorrência de animais “soltos” na urbanização. Para que haja um controle eficaz de pragas urbanas, é imprieencídivel a contratação de uma empresa especializada, que usem produtos registrados no Ministério da Saúde para o controle de pragas urbanas, assegurando assim a saúde de sua família.

 O presente ensaio foi elaborado para a disciplina de Biologia Econômica e Sanitária tendo se baseado nas seguintes obras:

Imagem – PRAGAS URBANAS (SANADOX). Disponível em http://www.sanadox.com.br/pragas-urbanas.htm

Imagem Sagui – Praga Urbana (UENF). Disponível em:http://uenfciencia.blogspot.com.br/2011/08/saguis-ameacam-especies-nativas.html





Seria o homem o melhor amigo do cão?


Série Ensaios: Ecologia Urbana

Por: Carolina A. A. dos Santos e Nathália Bassoli Minari

Acadêmicas do curso de licenciatura em Ciências Biológicas

Atualmente muitos animais estão sendo considerados “animais problemas”- As pessoas assistem uma novela ou um filme - que possui um animalzinho em destaque - e desejam ter igual, mas as pessoas não pensam que esse animal deve receber cuidados, como: alimentação e higiene, e que muitas vezes não são disciplinados aos olhos do dono. Assim, acabam dando muito trabalho e não atendendo as mesmas expectativas apresentadas na novela ou filme. Dessa forma, as pessoas acabam enjoando do seu animal por vários motivos, e passam a arrumar uma forma de se livrar deles. Na maioria dos casos, pegam e levam para longe de suas casas, de forma que o animal não possa mais encontrá-los, se tornando assim um animal abandonado na rua, conseqüentemente passando a ser um animal problema. Casos como este em que o animal passa a não atende as expectativas do dono e é largado ou abandonado com certo tempo acontece também com outros animais como acontece com gatos. Diariamente são veiculadas notícias de que animais entram em residências para “roubar” alimentos ou para buscar refugio, mas esquecemos - ou fingimos não entender - que se esses animais estão à procura de alimento e local de moradia é devido a algo de errado com o lugar onde eles vivam, bem como com sua moradia e suas fontes de alimento. Estamos tomando conta de todos os lugares possíveis, não deixando espaços para que eles vivam em seu meio natural. Como podemos achar que eles são um incômodo, se nós estamos tirando o direito deles viverem em seus ambientes?

A partir da seleção de características específicas e preferidas, o homem ao longo da sua história ao lado do cachorro já “criou” artificialmente mais de 300 espécies que antes não existia na natureza. E agora nós nos perguntamos: “teria a humanidade ter mudado tanto assim a ponto de criar seres ao seu desejo de companhia para depois abandoná-los?” Entre as principais causas de abandono de cães encontramos os seguintes casos: cria indesejada, falta de condição financeira de manter as necessidades básicas, mudança de imóveis, problemas comportamentais do animal, falta de sensibilidade e educação. O tamanho da população desses “companheiros” também varia de acordo com a região ou bairro, cultura de comunidades, tamanho e remuneração da família, situação de propriedade (alugado ou próprio, popularidade de raça e principalmente densidade populacional da região.

A enorme população canina abandonada nas ruas acaba sendo o foco de transmissão de doenças em certas regiões, principalmente nas regiões do Norte e Nordeste. Junto com estes pobres animais abandonados pode existir um “reservatório” de doenças que há tempos vem acometendo ao homem também. Doenças como a raiva e a leishmaniose, que podem ser transmitidas por estes “andarilhos de quatro patas” quando contaminados. É por isso e outras que se pode dizer que cada vez mais o homem é um ser dotado de irresponsabilidade e isolado. Quer ter quando não tem, e quando tem não se submete a arcar com as dificuldades. Ainda além do problema citado de zoonoses, cães na rua acabam sendo vítimas de atropelamento, podendo causar conseqüentes acidentes de carro. Também, em outros casos podem vir a comprometer áreas da fauna de mata urbana quando reunidos em grupos de cães ferais. A responsabilidade de arcar com atitudes preventivas e corretivas é de órgão público, porém o interesse deveria ser de todos. Frente a tais problemas, faltam iniciativas da população como cidadãos de exigir medidas para combater tais problemas. Nós como cidadãos não podemos resolver o problema todo sem apoio público, porém podemos contribuir para a melhor situação deste caso tomando algumas atitudes: para aqueles que têm animais fujões que  castre seu animal para que não procrie indesejadamente e o microchipe para que uma vez que se perca haja a chance de encontrá-lo; para aqueles que estão pensando em adquirir um novo “amigo” que procure feiras de adoção de animais recolhidos pela prefeitura ou afim, ao invés de pagar pelo animal.


Este ensaio foi elaborado para a disciplina Biologia Econômica e Sanitária II se baseando nas seguintes obras:

Fischer, M. L (2012). O direito de ir e vir não é para todas as espécies. Recuperado em 16 de outubro de 2012 de http://www.etologia-no-dia-a-dia.blogspot.com.br/2012_07_01_archive.html

Garcia, R.C.M (2010). Desafios do controle animal. Recuperado em 16 de setembro de 2012 de http://www.zoonoses.agrarias.ufpr.br/palestra_CRMV_rita.pdf

Santos, P. C. D. (2010). Seleção artificial X Bulldog Inglês. Recuperado em 16 de setembro de 2012 de http://bullblogingles.com/2011/04/17/selecao-artificial-x-bulldog-ingles

Souza, G. V. Animais de rua são problemas?. Recuperado em 15 de setembro de 2012 de http://www.unibave.net/?op=conteudo_art&a=5612

http://gato-negro.org/wp-content/uploads/2011/11/XXI-feira_de_animais.jpg

domingo, 4 de novembro de 2012

Preserve a Água por uma questão de vida ou de morte!


Série ensaios: Ecologia Urbana

Por Cleide Estevão dos Santos & Ezequiel Ribeiro Linz

Acadêmicos do curso de Ciências Biológicas

     A água, elemento básico para garantir a sobrevivência de todos os seres vivos do Planeta Terra tem ao longo dos anos suas propriedades físico-químicas ameaçadas, e um dos, se não o principal fator relacionado a este problema é a poluição. Embora o ser humano seja inteligente o suficiente para saber que a junção da água limpa com efluentes de várias origens possa gerar problemas de diversos aspectos, parece não se importar muito quando o assunto é cuidar do ambiente, pois o homem evoluído por assim dizer, está diretamente relacionado à maioria dos processos que resultam na poluição da água e do meio ambiente em geral. Seguindo esta perspectiva, é possível perceber que a poluição da água se caracteriza como um dos principais problemas de saúde pública no Brasil e no mundo, contudo o termo público só ocorre na maioria das vezes na prática, pois existe ainda uma grande necessidade de participação da opinião pública em questões como esta. Com certeza é preciso que as pessoas exerçam sua cidadania, principalmente neste caso em que cuidar do meio ambiente é um fato determinante para sua própria sobrevivência, já que de todos os seres vivos existentes na Terra, nós seres humanos somos os que mais utilizamos água, os únicos que desperdiçamos e os únicos que poluímos conscientemente. É lógico que em alguns casos isso é impossível, mas existem muitas formas de minimizar a situação.
     Como se sabe medidas para melhorar a qualidade da água são práticas adotadas pelas civilizações desde a antiguidade. Ao perceber que as impurezas encontradas na água traziam sérios danos à saúde, o homem procurou maneiras de tratar para garantir a qualidade da mesma na sua utilização. Hoje em dia as populações podem contar com o trabalho de Estações de Tratamento que garantem o Saneamento, ou seja, que trabalham com a finalidade de preservar o meio ambiente e prevenir doenças, obtendo dessa forma melhores condições de saúde pública. Entretanto, a poluição que afeta grande parcela da água e outros recursos naturais em nosso planeta não parece ser um assunto de interesse geral, as pessoas parecem estar tão ocupadas com atividades resultantes dos grandes avanços tecnológicos e industriais que a nossa sociedade sofreu e nem percebem a gravidade da situação. Mas não podemos culpar a população, afinal de contas, se uma empresa que teoricamente é responsável pelo Saneamento de determinada população é acusada de poluir um dos principais rios de seu estado, o que mais se pode esperar?
     Embora muitos profissionais trabalhem buscando melhorias para o meio ambiente e para o bem estar da sociedade, existe uma grande carência de informações por parte das populações. Fatores como a desigualdade social e a má distribuição de renda talvez expliquem um pouco porque isso acontece. A má administração por parte dos nossos gestores determina a grave atual situação. É necessário que a população na íntegra tenha acesso a informações que esclareçam o que são estações de tratamento; pra que elas servem; como podemos tratar a água em casa; como podemos economizar a água; como funcionam e para onde devem ser destinados os esgotos; como devemos descartar nossos resíduos; qual a importância dos serviços sanitários entre outras. Este processo de sensibilização pode ser feito através das escolas, em propagandas políticas (que pouco desempenham finalidade produtiva as pessoas), em programas desenvolvidos pelas empresas de Estações de Tratamento e de várias outras formas. Porém devemos lembrar-nos de uma parcela considerável da população que pouco se importa com qualquer dessas informações citadas, não por descaso, nem por consumismo, mas por uma questão de prioridades. Será que um indivíduo que não possui água nem para beber, sem acesso a qualquer serviço público, vendo seus entes morrerem de sede ou por doenças causadas pela ausência de saneamento básico tem estrutura para pensar em problemas de conscientização pelo meio ambiente? Sabemos que a água é um dos bens naturais mais preciosos, que o processo de poluição por parte do homem é cada vez mais crescente, mas que a luta pela sua preservação e diminuição da poluição é um desafio muito grande e difícil. Pois envolve muito mais que o desenvolvimento de projetos de sensibilização, embora esse não deixe de ser um caminho. Não será possível se a população não for tratada como um todo e menos ignorada por quem realmente pode ajudar. Para cuidarmos da natureza, temos que cuidar uns dos outros. Mas enquanto isso não acontece nascentes de rios estão sendo poluídas, espécies animais e vegetais estão desaparecendo, pessoas estão morrendo, o clima está um caos e muitos outros problemas estão sendo desencadeados.
     Nós, formandos em Biologia acreditamos que o homem tem o potencial de destruir, de afetar, de interferir, enfim de transformar o seu meio por diversas formas, a grande questão é, qual é a forma correta? Porque se quisermos continuar no Planeta Terra por mais um tempinho, vamos fazer nossa parte e nos envolver mais nos problemas relacionados aos recursos naturais, começando pela água que é um bem de todos e por isso todos nós temos a responsabilidade de preservá-la, visando uma melhor qualidade de vida a todos os seres que compartilham este recurso.

    
Este ensaio foi elaborado para a disciplina de Biologia tendo se baseado nas obras:

     Júlio C. Rocha, André H. Rosa e Arnaldo A. Cardoso. Introdução à Química Ambiental p 29-33, Editora Bookman, 2004. 
     Weber, R,R.(2012).A perigosa poluição das águas. Site Scientific American Brazil. Disponível em:http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/a_perigosa_poluicao_das_aguas  
Acesso em 23 de outubro de 2012.
     Lobo, F. (2011). Rios brasileiros: Poluição e descaso. Grupo Boticário- Eco Reportagens. Disponível em: http://www.oeco.com.br/reportagens/24714-rios-da-mata-atlantica-poluicao-e-descaso Acesso em 20 de outubro de 2012.
     Silva, M. (2010). Recursos hídricos: o que falta fazer. Blog da Marina Silva. Disponível em http://www.minhamarina.org.br/blog/tag/poluicao/ Acesso em 20 de outubro de 2012.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

O Uso De Agrotóxicos: Colhemos O Que Plantamos


Série Ensaios: Ecologia Urbana

Por Kauany Lima Espechiki e Nathaly Karoline de Almeida
Acadêmicas do Curso de Ciências Biológicas


Atualmente, a preocupação com a segurança dos alimentos que consumimos tem sido cada vez maior. Em qualquer unidade de produção, seja uma lavoura, pomar ou horta, o desenvolvimento adequado das culturas depende do manejo cuidadoso do solo e das plantas, de uma adubação equilibrada e dos cuidados com o controle de pragas (insetos, agente de doenças e plantas espontâneas). Um dos principais danos causado em plantações decorre do ataque de pragas agrícolas, ou seja, organismos que competem direta ou indiretamente com o homem por alimento, matéria prima ou prejudicam a saúde e o bem-estar do homem e animais.
Na agricultura, o conceito inseto-praga está diretamente relacionado com as implicações econômicas produzidas pela sua alimentação nas plantas. Um único inseto nunca produzirá um dano que compense a sua eliminação da cultura. Somente quando a densidade populacional atinge determinada população, é que eles irão consumir uma quantidade de alimento que produzirá um prejuízo para a planta explorada pelo homem. Para tanto, o homem realiza o manejo integrado de pragas através de diversos métodos: práticas culturais, controle natural, biológico, físico e por agrotóxicos, visto que isto evita o desperdício de insumos, buscando a produção econômica de alimentos saudáveis e, dentre todos estes meios de manejo, o mais utilizado por agricultores são os agrotóxicos. Embora seja um instrumento muito útil no controle de doenças, pragas e plantas daninhas, o uso de defensivo agrícola ou agrotóxico exige que o proprietário e os aplicadores tenham um conhecimento básico sobre o modo de ação, doses recomendadas, hora e época da aplicação, formulação do produto, classe toxicológica e cuidados durante e após a aplicação, portanto sua utilização exige uma série de cuidados. Fique de olho, pois os agrotóxicos são substâncias químicas que merecem muita atenção por parte dos produtores rurais. Agrotóxico é um produto perigoso! Quando é utilizado e, principalmente, no manuseio diário, pode causar doenças. Fique alerta, pois “prevenir é sempre melhor do que remediar”.

O presente ensaio foi elaborado para a disciplina de Biologia Econômica e Sanitária, baseando-se nas seguintes obras:


ANVISA (2011). Cartilha sobre agrotóxicos: Série Trilhas do Campo. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/9e0b790048bc49b0a4f2af9a6e94f0d0/Cartilha.pdf?MOD=AJPERES. Acesso em 24 de outubro de 2012.
Cunha, H. (2009). Defensivo agrícola: armazenamento, manuseio e descarte de embalagens (ABRAPA). Disponível em: http://www.abrapa.com.br/biblioteca/Documents/sustentabilidade/PSOAL/Cartilhas-PSOAL/Cartilha%20Defensivo%20Agr%C3%ADcola.pdf. Acesso em 24 de outubro de 2012.
PAS Campo. (2005). Boas práticas agrícolas para produção de alimentos seguros no campo: controle de pragas. Brasília, DF: Embrapa Transferência de Tecnologia, 2005. Disponível em: http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/854857/1/BOASPRATICASAGRICControledepragas.pdf.  Acesso em 24 de outubro de 2012.
Santos, B. (2011). A origem e a importância dos insetos como praga das plantas cultivadas. Universidade Federal do Paraná, SCB. Disponível em: http://people.ufpr.br/~parasito.florestal/arquivos/origem_praga.pdf. Acesso em 24 de outubro de 2012.

Quando o homem conhecerá o intimo de cada animal?


Série ensaios: Ecologia Urbana

por Guilherme Machado Gonçalves; Héllen Thaiane Moreira Da Silva

Acadêmicos do Curso de ciências Biológicas

No século XVIII o iluminismo foi um marco na história da humanidade, pois, foi nesta época que começaram os grandes avanços tecnológicos. Porém o avanço da tecnologia fez com que o homem se esquecesse de conhecer a si mesmo. Os animais continuaram sendo tratados  máquinas, pois se acreditava que eles existiam com o único propósito de servir ao homem. Durante a Segunda Guerra Mundial o homem passou a utilizar os animais como produção: tanto para alimentação, trabalho, vestuário, pesquisa, na indústria e no entretenimento. Neste momento houve certa preocupação com o bem-estar animal, termo este que ainda não havia sido inventado. 
O bem-estar animal veio a ser conhecido pelo mundo a partir do livro “Animal Machines” de Ruth Harrison em 1964. Este livro colaborou para a criação de comissões que visavam avaliar o bem-estar dos animais de produção e propor melhorias. Visão esta que era voltada apenas para o público, de como os animais deveriam ser tratados em cativeiro. Assim, apenas caracterizava o estado dos animais em cativeiro e após esta análise incrementavam o bem-estar quando sob a responsabilidade de humanos. Portanto, o bem-estar animal tem como base a funcionamento orgânico e a saúde dos animais. É importante lembrar que o termo “bem-estar” também se preocupa com a saúde mental dos animais. Então, fica claro que o bem-estar animal não respeita apenas à qualidade de vida dos animais, mas principalmente à percepção que eles têm dela.
A preocupação com o bem-estar dos animais levanta algumas questões a respeito da utilização destes para o entretenimento. O bem-estar animal é a área que sofre a maior diversidade de abusos contra os animais. A utilização de animais para o entretenimento gera sérios problemas, tanto para o bem-estar do animal em si quanto, em alguns casos, para a preservação da espécie. A indústria do entretenimento usa esses animais para uma grande variedade de funções, como: zoológicos, circos, caças, rinhas, touradas, rodeios e corridas. Os zoológicos foram criados, a princípio, como uma forma de expor os animais para a sociedade, sem nenhuma preocupação com a qualidade de vida desses animais e gerando uma deseducação ambiental nas gerações que viriam. Atualmente, os animais que vivem nos zoológicos ainda são expostos para a sociedade, porém, agora com a justificativa de preservar as espécies que ali vivem. No entanto, o ambiente de cativeiro é um fator limitante, que leva muitos animais a terem comportamentos anormais, pois, não proporcionam a eles as condições que encontrariam em seu habitat natural.
Nós formandos de biologia acreditamos que tendo em vista a dificuldade de se recriar o habitat natural destes animais em cativeiro e em razão disso muitos deles apresentam comportamentos anormais visíveis, esses lugares deveriam ser abolidos e esses animais remanejados para santuários, onde pudessem terminar seus dias com melhor dignidade e qualidade de vida. Porém, deve-se levar em conta que essa atitude demandaria de muito investimento e força de vontade das autoridades em criar leis de fiscalização para estes lugares. Então se torna mais viável a utilização do enriquecimento ambiental, pois, seria talvez a melhor forma de proporcionar um melhor bem-estar animal e diminuir ou amenizar o mal-estar animal.


O presente ensaio foi elaborado para disciplina de Biologia Econômica e Sanitária II. Baseando-se nas obras:

Animalmosaic. Animal para Entretenimento. Disponível em: > Acesso em: 26 de setembro de 2012.
Chalfun, M. Animais, manifestações culturais e entretenimento, lazer ou sofrimento? Disponível em: < http://www.abolicionismoanimal.org.br/artigos/animaismanifestaesculturaiseentretenimentolazerousofrimento.pdf>. Acesso em: 22 setembro de 2012.
 Fischer. Workshop em ética e bem-estar no uso de animais no entreterinemto. Disponível em: <http://etologia-no-dia-a-dia.blogspot.com.br/2012/09/workshop-em-etica-e-bem-estar-no-uso-de.html> Acesso em: 29 de setembro de 2012.
Harrison, R. “Animal Machines”. London: Stuart, 215p, 1964.
Ladeia, I. R. B. Zoológicos naturalísticos: a diversão do público aliada ao bem estar animal. Disponível em: Acesso em: 20 de setembro de 2012.
Sanders, A.; Feijó, A. G.S. Uma reflexão sobre animais selvagens cativos em zoológicos na sociedade atual. Revista Eletrônica da sociedade Rio-Grandense de Bioética, Porto Alegre, Vol. 1, Número 4, Jul. 2007.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

O perigo é invisível, mas não insensível


Série Ensaios: Ecologia Urbana
Por Caroline Murback Bora & Débora de Freitas Barbosa
Acadêmicas do curso de Ciências Biológicas

Pouca gente conhece, pouca gente vê, porém todos estão expostos a esse mal: A poluição luminosa. Mas, o que exatamente ela é? A poluição luminosa é definida como a alteração dos padrões iluminação no meio ambiente devido às fontes de luz criadas pelo homem. As fontes deste tipo de iluminação são várias e encontram-se praticamente em todos os lugares do mundo na forma de edifícios e torres iluminadas, luz das ruas, barcos de pesca, luzes de segurança, luz nos veículos e plataformas petrolíferas costeiras.  Com o avanço da industrialização e da globalização, a emissão de luz esta cada vez maior, principalmente em grandes centros urbanos.      Então você pensa: “Isso não afeta a minha vida.” Errado!   Os seres humanos são afetados sim, a iluminação noturna pode alterar os ritmos circadianos, causando problemas de sono, estresse e insônia
E além de problemas de saúde para os seres humanos, ela causa transtornos para outros seres vivos. Alguns processos naturais só podem acontecer durante a noite, que é o que acontece, por exemplo, com os animais noturnos. Eles precisam da escuridão para caçar suas presas. Por esta razão, a escuridão possui igual importância que à luz do dia e é indispensável para um funcionamento saudável dos organismos e de todo o ecossistema. Outro tipo de transtorno que podemos observar no nosso dia a dia é a iluminação pública. Os postes de luz não foram bem planejados, pois a maioria não direciona as luzes para o solo e sim para os lados e para cima o que diminui o real potencial de iluminação e causa a poluição luminosa, sem contar que é um desperdício de luz. A energia consumida em excesso tem custos indiretos, ela aumenta os impostos com as contas da iluminação pública, os prejuízos ambientais causados pelo desequilíbrio dos ecossistemas, prejuízos sociais já que somos incomodados pela luz mal direcionada e em excesso, que acaba por nos prejudicar nas ruas, estradas e até mesmo no interior das nossas casas.
“E o que podemos fazer para reverter esta situação?” Bem, para mudar o estado atual da iluminação é preciso que os cidadãos protestem e que os municípios escolham melhor os equipamentos de iluminação, que escolham equipamentos adequados para cada necessidade de iluminação, ou seja, que não deixem a luz escapar em direções inúteis. Incentivar a criação de uma legislação ambiental no Brasil, uma vez que a luz em excesso é um vetor nocivo a um ambiente equilibrado, incapaz de prover uma sadia qualidade de vida. Os benefícios da redução da poluição luminosa seriam vários como a diminuição no consumo energético, maior eficiência na iluminação, proteção do meio ambiente, além da melhoria da saúde dos seres humanos.
O presente ensaio foi elaborado para disciplina de biologia econômica e sanitária se baseando nas seguintes obras:

Almeida, G. (2008). Poluição luminosa: o desperdício inútil de recursos energéticos. Revista APAA, v.1, n. 34, p. 01-07. Recuperado em 23 de outubro de 2012 de http://apaa.co.pt/Rev34/Rev34.pdf
Gargaglioni, S. R. (2007). Análise legal dos impactos provocados pela poluição luminosa do ambiente.  Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Itajubá. Disponível em http://200.131.128.3/phl/pdf/0032988.pdf Acesso em: 23 de outubro de 2012.
Gargaglioni, S. (2009). Poluição luminosa e a necessidade de uma legislação. Disponível em http://www.comciencia.br/comciencia/?edicao=50
&id=632&section=8&tipo=1
Acesso em: 23 de outubro de 2012.

Bioindicadores Aquáticos: Mexilhão Dourado


Série Ensaios: Ecologia urbana

Por Deise Maira de Almeida Mendes e Tatiane da Paixão Bornatto
Acadêmicas do Curso de Ciências Biológicas



Os Bioindicadores são utilizados para verificação da qualidade da água ou a magnitudes de impactos ambientais, que vêm ocorrendo no ecossistema aquático. Os bioindicadores são espécies ou comunidades biológicas que indicam a condição ambiental, sendo os organismos mais utilizados como bioindicadores aquáticos os macroinvertebrados bentônicos, pois habitam em meio aquáticos por pelo menos uma parte de sua vida. Os macroinvertebrados bentônicos têm sido amplamente utilizados como bioindicadores de qualidade de água e saúde de ecossistemas por apresentarem ciclo de vida longo, se comparado com os organismos do plâncton que em geral tem ciclo de vida em torno de horas, dias ou até mesmo semanas. Já os macroinvertebrados bentônicos podem viver entre semanas, meses e há também alguns que vivem cerca de um ano.
O biomonitoramento - feito através do uso macroinvertebrados bentônicos (Macroinvertebrados Bentônicos - Projeto Manuelzão) como bioindicadores - é cada vez mais usado e aceito como uma importante ferramenta na avaliação da qualidade da água, embora ainda haja carência no conhecimento taxonômico da fauna brasileira, o que dificulta o desenvolvimento e a aplicação desta técnica pelos órgãos ambientais. Uma espécie de bioindicador utilizada no Brasil é mexilhão dourado, causador de alguns problemas ambientas. Os ambientes aquáticos apresentam uma vulnerabilidade maior às espécies exóticas. O molusco bivalve da família Mytilidae: Limnoperna fortunei, é uma espécie exótica que apresenta fácil adaptação e ocupação nesses ecossistemas, como ocorreu na Bacia do Prata na América Latina. Trata-se de um organismo bentônico comumente encontrado no Rio Paraná, uma espécie invasora que apresenta altas taxas de reprodução. Apresenta comprimento médio que varia entre 3 e 4cm e, geralmente é encontrado fixado a substratos duros, naturais ou artificiais. A espécie Limnoperna fortunei é nativa de rios e arroios chineses e do sudoeste asiático. Mas, em 1991, espécimes de L. fortunei foram detectados pela primeira vez no estuário do Rio da Prata a introdução da espécie se deu através da água de lastros de navios provenientes de Hong Kong ou da Coréia nos portos do estuário do Rio da Prata.
A introdução de uma espécie exótica pode ser intencional ou acidental. Na maior parte das vezes, a introdução intencional acontece por razões econômicas, seja pela utilização da espécie em sistemas de produção, como alimento, ou com interesses florestais e/ou ornamentais. A introdução não intencional acontece pela modificação de hábitats (através de abertura de canais de irrigação, por exemplo), por transporte humano (navegação) ou quando a espécie é trazida para cumprir um determinado objetivo, como agentes controladores de pragas em programas de controle biológico.
Dentre os prejuízos causados pelo mexilhão-dourado podemos citar:
-Destruição da vegetação aquática;
- Ocupação do espaço e disputa por alimento com os moluscos nativos;
- Prejuízos à pesca, já que a diminuição dos moluscos nativos diminui o alimento dos peixes;
-Entupimento de canos e dutos de água, esgoto e irrigação;
-Entupimento de sistemas de tomada de água para geração de energia elétrica, causando interrupções frequentes para limpeza e encarecendo a produção;
- Prejuízos à navegação, com o comprometimento de bóias e trapiches e de motores e estruturas das embarcações.
 Para mitigar os problemas provocados por estes moluscos foi estruturado o Programa de pesquisa para controle do mexilhão dourado nas águas jurisdicionais Brasileiras. Este programa objetiva avaliar os impactos ecológicos e econômicos causados pela introdução do mexilhão dourado no Brasil e propor ações para minimizar a dispersão destas espécies pelo território nacional Está composto de cinco subprojetos com temas e objetivos específicos, tendo o Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira – IEAPM como instituição central.
Para nós acadêmicas de Biologia, o uso desse tipo de bioindicador (Mexilhão Dourado), poderia ser substituído pelo uso de macroinvertebrados nativos, que se encaixem nos critérios  de um bom bioindicador. Somos contra o uso do mexilhão dourado como bioindicador, devido aos vários problemas que ele pode causar tanto para espécies nativas quanto para o meio onde ele habita, já que é uma espécie invasora.

O presente ensaio foi elaborado para a disciplina se Biologia Econômica e Sanitária tendo se baseado nas seguintes obras:
UFMG. Bioindicadores de Qualidade De Água. Disponível em: <http://www.icb.ufmg.br/benthos/index_arquivos/Page1631.htm>.
Projeto Manuelzão. Macroinvertebrados Bentônicos. Disponível em: <http://www.manuelzao.ufmg.br/pesquisa/biomonitoramento/macroinvertebrados
IBAMA: Mexilhão Dourado. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/areas-tematicas/mexilhao-dourado
-AGUSTINI. M. A. B.; MUCELIN. C. A. Mexilhões dourado como bioindicadores da qualidade hídrica do reservatório 
do lago de itaipu – pr, 2009. Disponível em: <http://cac-php.unioeste.br/eventos/senama/anais/PDF/ARTIGOS/40_1269270557_ARTIGO.pdf>.